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O que é Mahta, a startup que aposta nos alimentos em pó para crescer

Foodtech produz alimentos funcionais com ingredientes cultivados por pequenos produtores comprometidos com a preservação das florestas brasileiras

Alimentos funcionais: Mahta recorre a ingredientes fornecidos por comunidades tradicionais da Amazônia e por pequenos agricultores (Mahta/Divulgação)

Alimentos funcionais: Mahta recorre a ingredientes fornecidos por comunidades tradicionais da Amazônia e por pequenos agricultores (Mahta/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2022 às 08h00.

Nos últimos anos, ouviu-se falar cada vez mais em foodtechs – nome usado para descrever as empresas que atuam no ramo da alimentação com a ajuda da tecnologia.

O que é Foodtech?

Via de regra, toda foodtech se preocupa verdadeiramente com a saúde dos consumidores e torce o nariz para os métodos de produção de alimentos e bebidas que impactam o meio ambiente demasiadamente. 

Muitas elaboram, sempre à base de plantas e em laboratórios, produtos que todo mundo conhece, como hambúrguer e maionese – a meta é convencer o maior número possível de consumidores a adotar hábitos mais sustentáveis.

Até 2019, de acordo com a Infobase, 332 empresas do gênero foram criadas no Brasil. No ano passado, elas receberam um investimento somado de US$ 16,9 bilhões. Globalmente, o valor das foodtechs deverá chegar a R$ 980 bilhões neste ano.  

Qual o objetivo da Mahta?

O objetivo da Mahta, uma das que estão se destacando, é produzir alimentos funcionais em pó e contribuir com a preservação das florestas brasileiras.

Fundada por Max Petrucci e Edgard Calfat, a foodtech recorre a ingredientes fornecidos por comunidades tradicionais da Amazônia e por pequenos agricultores que operam segundo os preceitos dos chamados sistemas agroflorestais. 

De Rondônia, a Associação dos Pequenos Agrossilvicultores e a Cooperativa Agropecuária e Florestal do Projeto RECA são dois elos da cadeia desenhada, assim como a Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (Coopavam), do norte de Mato Grosso. Em comum, os fornecedores têm o compromisso de manter nossas florestas em pé. 

O que é agricultura regenerativa?

A chamada agricultura regenerativa é o norte de toda essa turma. O propósito dela é conservar e reabilitar a camada superficial do solo, o que se traduz em aumento da biodiversidade. Mais: colabora com a captura e o armazenamento do carbono atmosférico por processos biológicos.

Com sabor de cacau selvagem, cupuaçu e cumarú, o alimento funcional da Mahta carrega 15 superalimentos do bioma amazônico. É o caso do cacau, do açaí, do bacuri, da castanha-do-pará, do taperebá e da graviola. O produto não leva grãos, amido ou açúcares.

O dulçor fica por conta da stévia, que corresponde a menos de 0,5% da receita (em geral, qualquer substituto natural do açúcar corresponde a 25%). Três colheres de 60 gramas do produto, misturadas a 250 mililitros de leite vegetal, equivalem a uma refeição.

“Se todos fizessem uma alimentação calcada em comida de verdade, a totalidade dos problemas derivados da má alimentação seriam irrelevantes”, sustenta Calfat, COO da foodtech. “O produto que é entregue pela Matha está em consonância com o que há de melhor em termos de pureza de ingredientes e funcionalidade.”

Como são produzidos os alimentos da foodtech Mahta?

Até 2050, estima-se, o planeta precisará conviver com 1 bilhão de pessoas a mais. Como aumentar a produção de alimentos sem utilizar mais recursos naturais?

A agricultura regenerativa, que também diminui a necessidade de irrigação – principalmente onde os recursos hídricos são mais escassos –, pode ser a resposta.

Uma das técnicas utilizadas se vale do sistema ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta). Ele viabiliza a redução de custos, resulta em mais produtividade e sustentabilidade e propicia o aumento da produção sem aumentar a área da fazenda. O ILPF integra diferentes sistemas de produção – agricultura, pecuária e cultivo florestal – dentro de uma mesma área.

Um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apontou uma série de benefícios relacionados: do aumento da produção de grãos à melhoria do bem-estar dos animais, graças ao conforto térmico proporcionado.

Outra vantagem e tanto da agricultura regenerativa é a recuperação de áreas degradadas. Em 2018, havia no Brasil um total de 99 milhões de hectares de pastagem com algum grau de degradação. “Além de beneficiar quem consome, nossos alimentos beneficiam o produtor da ponta, que respeita os ciclos da natureza”. Esse é o sabor da agricultura regenerativa”, diz Petrucci, CEO da Mahta.

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