Nova York - Mark Hiduke acaba de arrecadar US$ 100 milhões para construir sua empresa que existe há três semanas. Este jovem de 27 anos não é empreendedor de tecnologia do Vale do Silício. É um petroleiro do Texas.
A indústria de petróleo e gás está enchendo-se repentinamente de membros da Geração Y recém-chegados como Hiduke, após décadas de tentativas frustradas de atrair e reter novos participantes.
Agora que um avanço na tecnologia de perfuração fez com que a produção de petróleo e gás nos EUA cresça subitamente, uma força de trabalho envelhecida está dando as boas-vindas a uma nova geração de exploradores de petróleo, landmen, engenheiros, investidores, empreendedores e aspirantes a barão do petróleo.
“Nunca vi uma indústria fazer o que a indústria de petróleo e gás tem feito nos últimos dez anos”, disse T. Boone Pickens, petroleiro bilionário de 85 anos, em entrevista por telefone do seu escritório em Dallas, em 25 de abril. “Há dez anos, eu não poderia ter dito a ninguém que escolheu a carreira certa”.
A empresa de Hiduke, a PetroCore LLC, com sede em Dallas, recebeu o compromisso de US$ 100 milhões de uma empresa de private-equity em maio.
Ele e seus três sócios planejam comprar terrenos não desenvolvidos e perfurar poços de xisto, disse. Eles aproveitarão a experiência de seu engenheiro, que, com 57 anos, tem idade para ser seu pai.
Jovens profissionais
À medida que os produtores de petróleo e gás deixam de se concentrar na obtenção de terras e passam a enfocar a perfuração, jovens empreendedores estão formando empresas para comercializar, por exemplo, minerais, aluguéis, poços e ações.
Eles estão concorrendo, e às vezes colaborando, com veteranos da indústria que têm o dobro da idade deles.
Este fenômeno é conhecido na indústria como “a grande mudança de pessoal”. Cerca de 71 por cento da força de trabalho da indústria do petróleo tem 50 anos ou mais, segundo uma pesquisa da Associação Independente do Petróleo dos EUA, com sede em Washington.
No outro extremo, as filas da filial de Dallas dos Jovens Profissionais da Energia cresceram 60 por cento para 4.000 membros desde 2009, a maioria deles com menos de 37 anos.
No meio, há uma brecha resultante da época em que o petróleo custava em média menos de US$ 25 por barril em cada um dos anos entre 1986 e 1999.
Manter-se afastado
“Todos os que tiveram filhos lhes disseram que não entrem neste negócio”, disse Patrick Collins, de 34 anos, que faz parte da terceira geração de landmen, uma espécie de agente que cobra aluguéis em áreas ricas em recursos, em entrevista em 28 de abril. “Eu tentei me afastar, mas amo esta indústria”.
Ele se tornou um landman logo quando o boom do xisto estava esquentando, em meados da década de 2000.
As empresas tinham descoberto uma forma de extrair petróleo e gás de formações de xisto previamente impermeáveis a mais de 1,6 quilômetro de profundidade perfurando horizontalmente através das camadas de rocha e quebrando-as com explosões de areia, água e químicos.
Esse foi o avanço que, segundo a BP Plc, com sede em Londres, levará os EUA a atender integralmente suas próprias necessidades de energia em 2035.
O fenômeno levou os EUA a superar a Rússia e a Arábia Saudita como o maior produtor combinado de petróleo e gás do mundo no ano passado, segundo projeções do Departamento de Energia.
Os campos domésticos estão extraindo a maior quantidade de petróleo desde 1986 e a produção de gás natural quebrou recordes em cada um dos últimos sete anos, mostram dados do governo.
Matt Miller, 30, ex-consultor da McKinsey Co., se uniu a Griffin Perry, 30, ex-banqueiro e filho do governador do Texas, Rick Perry, para fundar a Grey Rock Energy Partners, que compra participações minoritárias em poços.
Eles incluíram também Kirk Lazarine, veterano de 60 anos da Chevron Corp., com sede em San Ramon, Califórnia.
“O que vai acontecer quando os mais velhos se aposentarem, nós não sabemos”, disse Miller. “Haverá muita volatilidade. Os jovens tomarão decisões que eram tomadas por seus predecessores, que tinham mais experiência”.
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1. A carreira dos sonhos
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1/19 (Rose Lincoln/Harvard)
São Paulo – Nem ser chefe, nem ter uma carreira internacional. O que os jovens realmente querem para a própria trajetória é qualidade de vida. Pelo menos é o que mostra levantamento da
Universum feito a pedido de EXAME.com.
Dos 23 países analisados pela consultoria em 2013, os jovens de 20 deles apontaram o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional como o primeiro plano para a própria carreira.
No Brasil, por exemplo, quase 60% dos entrevistados sonham com um
emprego que garanta
qualidade de vida. Mas não só. Eles também querem um trabalho estável e que ofereça um senso de propósito.
Compilamos o ranking de metas e a expectativa do
salário inicial médio dos jovens de cada país.
Atenção: os dados em dólares são referentes a 2013. A conversão para reais levou em conta apenas o
câmbio desta segunda-feira – sem levar em conta outras variáveis do mercado no último ano.
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2. Áustria
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2/19 (Patrick Domingo/AFP/Getty Images)
Apesar da busca por equilíbrio, os jovens da Áustria querem também desafios. O salário médio esperado lá é mais ou menos US$ 3,5 mil (ou o equivalente a cerca de R$ 7,8 mil)
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3. Brasil
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3/19 (Agência USP)
A estabilidade e o propósito na carreira também são alvos dos jovens brasileiros. Por aqui, o salário médio esperado após a faculdade é de cerca de US$ 1,8 mil (ou o equivalente a mais ou menos R$ 3,9 mil)
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4. Canadá
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4/19 (Divulgação)
Em termos de expectativas profissionais, os canadenses compartilham dos mesmos sonhos que os brasileiros. No entanto, são mais ambiciosos quando o assunto é salário. Por lá, a remuneração esperada é de US$ 4,1 mil (ou o equivalente a pouco mais de 9 mil reais)
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5. China
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5/19 (Natalie Behring-Chisholm/Getty Images)
Uma vida equilibrada, um emprego estável e um cargo de liderança: eis o emprego ideal para um jovem chinês. O salário médio que eles esperam ao sair da faculdade é de pouco mais de mil dólares (ou o equivalente a cerca 2,3 mil reais)
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6. Dinamarca
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6/19 (JAY DIRECTO/AFP/Getty Images)
Os jovens dinamarqueses querem, além de qualidade de vida, um trabalho que tenha um propósito e que os desafie. Em termos de salário, a expectativa é por uma remuneração que chegue a 11 mil reais logo de cara (ou o equivalente a US$ 5,4 mil)
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7. Finlândia
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7/19 (OLIVIER MORIN/AFP/Getty Images)
Os jovens finlandeses também buscam estabilidade e desafio, além de qualidade de vida, em um emprego. Em termos de salário, querem chegar no mercado com uma remuneração média de 3,7 mil dólares (ou o equivalente a cerca de R$ 8,3 mil)
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8. Alemanha
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8/19 (Divulgação)
Além de qualidade de vida, estabilidade e desafios, os jovens alemães sonham com um salário de US$ 4,4 mil (ou cerca de 9,6 mil reais)
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9. Hong Kong
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9/19 (Jerome Favre/Bloomberg)
Em Hong Kong, o salário médio esperado é cerca de US$ 2,2 mil (ou o equivalentea a R$ 4,9 mil)
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10. Índia
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10/19 (Getty Images)
Os jovens indianos fugiram à tendência do resto do mundo. Para eles, estabilidade no emprego vale mais do que qualidade de vida. Pouco mais de 30% deles também miram uma carreira internacional. O salário médio esperado é de US$ 976 (algo em torno de 2,1 mil reais).
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11. Itália
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11/19 (Flickr.com/ bindalfrodo)
Na Itália, a expectativa média de salário é de US$ 2.069 (ou o equivalente a R$ 4,5 mil)
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12. Japão
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12/19 (Bloomberg)
Como poucos jovens ao redor do mundo, 24% dos japoneses entrevistados querem ser especialistas em alguma área. A expectativa de remuneração deles é de US$ 3.208 (ou cerca de R$ 7 mil) logo após a faculdade.
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13. Noruega
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13/19 (JOE KLAMAR/AFP/Getty Images)
O salário inicial esperado por um jovem norueguês é de US$ 6,5 mil (ou cerca de R$ 14,4 mil)
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14. Singapura
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14/19 (Wikimedia Commons)
A expectativa de salário inicial no Singapura é de US$ 2,7 mil (ou cerca de R$ 6 mil)
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15. Espanha
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15/19 (Cesar Manso/AFP Photo)
Os jovens espanhóis querem segurança no emprego ao mesmo tempo em que sonham com uma carreira empreendedora e inovadora (portanto, recheada de riscos). O salário inicial esperado é de US$ 2.072 (ou cerca de R$ 4,5 mil).
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16. Reino Unido
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16/19 (Getty Images)
Estabilidade e desafio, além de uma vida equilibrada. Eis a receita de carreira para fazer um jovem inglês feliz. O salário esperado por eles fica na faixa dos US$ 3,6 mil (ou cerca de R$ 8 mil)
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17. Estados Unidos
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17/19 (Jon Chase/Harvard)
Nos Estados Unidos, por fim, o salário médio esperado é de US$ 4,3 mil (ou o equivalente a R$ 9,5 mil)
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18. Veja onde estrear no mercado de trabalho
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18/19 (Getty Images)