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Magazine Luiza vê vendas abaixo do nível de 2014 no 4° tri

Segundo Trajano, a empresa tem condições de continuar mantendo em 2016 a tendência de estabilidade da margem bruta


	Frederico Trajano, do Magazine Luiza: “a gente vai focar muito em geração de caixa"
 (Alexandre Battibugli/Exame)

Frederico Trajano, do Magazine Luiza: “a gente vai focar muito em geração de caixa" (Alexandre Battibugli/Exame)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2015 às 12h05.

São Paulo - O presidente-executivo da varejista Magazine Luiza, Frederico Trajano, previu nesta quinta-feira vendas nos três últimos meses do ano melhores que no trimestre anterior, mas ainda inferiores aos patamares de um ano antes.

"Este trimestre tende a ser melhor que o anterior em termos de vendas, mas, provavelmente, não melhor que o (quarto trimestre do) ano passado", disse Trajano em reunião com analistas e investidores.

"Tivemos uma boa Black Friday, mas ainda está cedo para dizer. O que está acontecendo é que antecipamos as vendas de Natal para novembro, então, é melhor olhar o trimestre do que olhar dezembro", afirmou o executivo.

Segundo Trajano, a empresa tem condições de continuar mantendo em 2016 a tendência de estabilidade da margem bruta, como tem ocorrido nos nove primeiros meses de 2015.

“A gente vai focar muito em geração de caixa. Mas temos que ter leitura boa do mercado, porque não adianta ter preço alto e não vender”, declarou.

De acordo com Trajano, a estratégia da empresa está sendo dar “granularidade” à política de preços, permitindo que o vendedor possa dar mais descontos em algumas categorias de produtos e não em outras, de forma a manter a margem de rentabilidade.

“Temos todas as condições de manter a estabilidade da margem bruta no ano que vem, mas vai depender do cenário competitivo”, afirmou.

Apesar da perspectiva de vendas menores que no final de 2014, as ações da varejista disparavam mais de 7 por cento às 12h23.

Mais cedo, no mesmo evento, a presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, afirmou que a companhia poderá avaliar fechar capital diante da queda no valor das ações e redução do volume de papéis em negociação no mercado.

Aquisições?

Trajano disse que não está nos planos da empresa realizar aquisições de varejo físico no ano que vem, mas não descarta a possibilidade de negócios no mercado de comércio eletrônico, que tem sido o foco da empresa no atual momento de desaceleração econômica. “O ano que vem será tão difícil quanto 2015”, disse.

A varejista planeja continuar abrindo lojas no ano que vem, mesmo diante do cenário econômico deteriorado.

Segundo Trajano, haverá, contudo, maior disciplina na escolha dos locais de abertura de estabelecimentos.

“Estamos só entrando em pontos cujo aluguel por metro quadrado é muito baixo”, disse.

Segundo ele, existe a possibilidade de fechamento de lojas caso não haja chance de renegociação de aluguéis. Ele afirmou, porém, que o saldo líquido do ano que vem deve ser positivo em termos de abertura de unidades.

“Loja fechada pode acontecer, vamos fechar lojas nas quais não consigamos ter renegociação de aluguel adequada para o atual momento econômico”, disse.

Até setembro deste ano, a rede tinha 780 lojas no país, crescimento ante as 756 de 2014 e 744 de 2013.

De acordo com o executivo, a crise econômica fez com que os proprietários de imóveis comerciais interrompessem a cobrança de “luvas” nos contratos de aluguéis, o que tem reduzido o custo dos investimentos da varejista.

A expressão se refere à quantia paga pelo inquilino para assinatura ou transferência de contrato de locação.

"No momento do auge econômico, metade do que se gastava numa loja era de 'luva'. A tendência é que o valor por unidade caia”, disse, afirmando que a empresa gasta em média 2 milhões de reais de investimentos por loja.

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