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Magazine Luiza vai acelerar investimento em 2019

"O ano de 2018 foi de virada, apesar de cenário macro mais desafiador do que todo mundo imaginava", diz presidente

Centro de Distribuição do Magazine Luiza em Louveira (SP). (Leandro Fonseca/Exame)

Centro de Distribuição do Magazine Luiza em Louveira (SP). (Leandro Fonseca/Exame)

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Reuters

Publicado em 15 de dezembro de 2018 às 15h53.

São Paulo - O Magazine Luiza vai acelerar os investimentos no próximo ano para ganhar escala, em um movimento alinhado à melhora da confiança na economia, como parte de uma estratégia que visa transformar o negócio em uma plataforma digital que conectará empresas e clientes.

"A digitalização da economia permitiu surgimento de plataformas digitais que tem crescido mais exponencialmente que negócios focados em ativos fixos", disse a jornalistas o diretor presidente da varejista, Frederico Trajano, após encontro com analistas e investidores na capital paulista.

Trajano não quis informar o valor a ser investido em 2019 nem um percentual de crescimento sobre 2018, mas afirmou que os recursos serão direcionados para tecnologia, reformas e abertura de novas lojas que servirão de apoio à operação de comércio eletrônico dentro da multicanalidade.

Neste ano até setembro, a companhia desembolsou 234 milhões de reais, um aumento de 87 por cento ante igual intervalo de 2017, conforme balanço trimestral divulgado em 5 de novembro.

"O ano de 2018 foi de virada para companhia, apesar de um cenário macro mais desafiador do que todo mundo imaginava. Perfeição é utópico, mas se teve um ano que nos aproximamos disso foi 2018 e temos base sólida para o ciclo que vem pela frente", contou diretor presidente, observando que o quarto trimestre tem sido muito positivo.

Dentre os investimentos previstos para 2019, o Magazine Luiza destinará algumas dezenas de milhões de reais na automação do seu maior centro de distribuição, localizado no município de Louveira (SP).

Além disso, o vice-presidente comercial e de operações da empresa, Fabrício Bittar Garcia, afirmou que o Magazine Luiza seguirá investindo em lojas com mini centros de distribuição para ganhar agilidade logística e acelerar o tempo de entrega, assim como têm feito rivais como a Via Varejo. As 100 novas lojas abertas em 2018 já contam com mini CDs e outras 101 foram reformadas, elevando para 261 o total de pontos físicos inseridos neste modelo desde 2017.

A empresa vem se empenhando para agregar mais vendedores e expandir o catálogo de produtos do seu marketplace, que na avaliação de Trajano será a espinha dorsal da futura plataforma digital. "Queremos trazer empresas analógicas para o mercado digital. Nosso marketplace está apenas começando", disse.

Todas as 950 lojas do Magazine Luiza já têm sortimento de produtos vendidos por terceiros e o objetivo é expandir os serviços prestados dentro da plataforma, que já oferece antecipação de recebíveis aos vendedores e cartão de crédito a clientes.

"A tendência é que no futuro tenhamos uma conta digital e/ou 'wallet' (carteira)... Operacionalmente faz sentido dentro do marketplace", revelou Trajano, ponderando que o movimento depende de uma regulamentação amplamente aguardada do Banco Central para o chamado "open banking".

O diretor executivo de comércio eletrônico do Magazine Luiza, Eduardo Galanternick, destacou que a companhia adota a estratégia "Mobile First", com foco no aplicativo da empresa, que já soma 19 milhões de downloads e tem participação maior que o site nas vendas.

A ideia é agregar diversas funcionalidades ao aplicativo e torná-lo um "Super App", a exemplo do que fizeram varejistas chinesas como o Alibaba, disseram os executivos, citando, além de serviços financeiros, a operadora virtual de telefonia Maga+.

Anunciada no início do ano e implementada em agosto, a Maga+ compreende um plano de 4GB e 100 minutos de voz por 39,90 reais. O projeto veio para complementar o plano de transformação digital das operações e introduzir clientes que antes não tinham acesso a dados em seus aparelhos.

Por volta das 17:00, as ações do Magazine Luiza subiam 2,1 por cento, a 171,03 reais, acumulando alta de mais de 100 por cento em 2018. No mesmo momento, o Ibovespa tinha variação negativa de 0,44 por cento.

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