Negócios

Magazine Luiza tenta amenizar efeito cambial no fim de ano

Rede negocia com fornecedores para amenizar repasse de preços devido à alta do dólar diante de um ambiente que vem provocando desaceleração das vendas

Loja da rede de varejo Magazine Luiza em São Paulo: companhia quer diminuir o impacto do dólar alto nos preços (Paulo Fridman/Bloomberg)

Loja da rede de varejo Magazine Luiza em São Paulo: companhia quer diminuir o impacto do dólar alto nos preços (Paulo Fridman/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2013 às 18h38.

São Paulo - A rede de varejo de móveis e eletrodomésticos Magazine Luiza negocia com fornecedores para amenizar o repasse de preços devido à alta do dólar para a temporada de fim de ano, diante de um ambiente adverso que vem provocando desaceleração das vendas em 2013.

"Vivemos do poder de compra dos clientes, então estamos discutindo e negociando, procurando absorver o menor aumento possível", disse nesta quarta-feira o diretor-superintendente da companhia, Marcelo Silva, em entrevista à Reuters.

Segundo ele, o avanço do dólar tem afetado os fornecedores em intensidades diferentes, mas a varejista trabalha para evitar absorver alta generalizada de preços. Com isso, descontada a inflação, as vendas do Natal da companhia devem subir um dígito baixo sobre o mesmo período de 2012, previu.

O percentual vai ao encontro da estimativa traçada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), que espera um avanço real de 4,5 por cento nas vendas para o período, ante crescimento de 8 por cento em 2012.

As varejistas estão lutando para sustentar as vendas num ambiente menos favorável do que nos últimos anos. Além do dólar mais alto, a economia cresce vem crescendo menos do que as expectativas.

Adicionalmente, a renda média dos brasileiros ajustada para os preços ao consumidor caiu 5 meses consecutivos, enquanto a inflação acelerou para a máxima em dois anos. Como resultado, a confiança do consumidor desabou em julho para a mínima desde a recessão global em 2009.

Diante desse cenário, a companhia vem tendo até o começo de setembro alta anual de um dígito alto nas vendas do trimestre sob o critério mesmas lojas, que contempla os pontos abertos há pelo menos um ano, disse o executivo. Em 2012, o crescimento das vendas da companhia no conceito mesmas lojas foi de 12,5 por cento.


Para Silva, homem de confiança da presidente da rede Luiza Helena Trajano, Silva a substituiu na superintendência do empresa em 2009, após ter liderado a reestruturação da rival Casas Pernambucanas, um item que tem ajudado a amortecer esse panorama mais hostil, é o Minha Casa Melhor.

Segundo ele, o programa do governo federal para financiar a compra de móveis e eletrodomésticos para beneficiários do Minha Casa Minha Vida, sobre as vendas da empresa será maior do que o resultado do Dia dos Pais.

"Não temos como mensurar porque ele (programa) está começando, mas em agosto já cresceu sobre julho, e setembro também vai crescer bem", disse Silva.

No início do mês, a companhia anunciou a troca do nome da rede Lojas Maia para Magazine Luiza na Paraíba, sede da rede comprada em 2010 e última a ter essa mudança.

Depois de concentrar esforços na integração das bandeiras adquiridas nos últimos anos --em 2011 a empresa também comprou a Lojas do Baú, do Grupo Silvio Santos--, o Magazine Luiza vai priorizar a rentabilidade sobre a receita, vislumbrando um horizonte de crescimento orgânico, afirmou Silva.

Apesar disso, a empresa avalia comprar lojas da Via Varejo. Em abril, o Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade), determinou que a Via Varejo se desfaça de 74 pontos de venda em 54 cidades do país, como parte do aval para a aquisição da Casas Bahia e Ponto Frio pelo Grupo Pão de Açúcar.

"Estamos numa fase de examinar; a decisão será tomada ainda este ano e não estamos afobados", disse o executivo.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioComércioEmpresasEmpresas brasileirasMagazine LuizaNatalVarejo

Mais de Negócios

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem

Empresa cresce num mercado bilionário que poupa até 50% o custo com aluguel

Como esta administradora independente já vendeu R$ 1 bilhão em consórcios