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Magazine Luiza quer faturar R$ 15 bilhões até 2015

Cifra é mais que o dobro do que a empresa espera obter neste ano

Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza (.)

Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza (.)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

São Paulo - Antecipada pelo site EXAME (leia a reportagem), a compra da Lojas Maia é apenas o primeiro passo para acelerar o crescimento do Magazine Luiza nos próximos anos. De acordo com a empresária Luiza Helena Trajano, presidente da rede, a expectativa é alcançar um faturamento de 15 bilhões de reais em 2015.

Se a meta for cumprida, representará mais que o dobro dos 6 bilhões de reais que a varejista quer obter em 2010. Para alcançar o planejado, a rede precisará crescer 15% ao ano. Os números foram divulgados nesta segunda-feira (19/7), quando Luiza comunicou oficialmente a aquisição da Lojas Maia.

"A estimativa leva em conta o crescimento médio, mais as próximas aquisições que devemos fazer para chegar ao Rio de Janeiro, Norte e Centro-Oeste do país", disse ela.

Sem compras agora

A intenção da companhia é de entrar nessas regiões por meio de aquisições ou de forma orgânica a partir do início de 2012. "Fazer aquisições é complicado e estamos abertos às oportunidades mais adequadas a cada momento", afirmou Luiza.

A empresária descartou novas aquisições neste ano. "O foco é absorver as 141 unidades que ganhamos com as Lojas Maia e firmar aos poucos nossa marca no Nordeste", disse Luiza. De acordo com a empresária, nenhuma outra concorrente está na mira da empresa, pelo menos até o final deste ano. "Quero deixar isso bem claro, tudo isso que falaram é especulação". Além da rede paraibana, a imprensa chegou a veicular informações de que o Magazine estaria negociando a compra da gaúcha Lojas Colombo e de outras redes regionais.

A negociação com a Lojas Maia começou há dois anos, mas foi suspensa quando a empresária decidiu seguir a estratégia de entrar primeiro no mercado paulistano para depois chegar a outras regiões. "Há três meses, já estabilizados em São Paulo, procuramos a família Maia (controladora da rede) e fechamos o contrato", afirmou ela.

Planos para o Nordeste

A compra da Lojas Maia marca a entrada do Magazine Luzia no Nordeste, iniciativa que estava nos planos de Luiza Trajano há bastante tempo. “Preferimos, antes disso, nos estabelecer em São Paulo, mas sabemos que temos tudo para dar certo na região”, disse.


A Lojas Maia possui 141 lojas espalhadas nos estados da Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas, Bahia, Pernambuco, Piauí e Maranhão. Com elas, o número de lojas do Magazine sobe para 611. O número de funcionários da rede, com a incorporação total dos funcionários da Loja Maia, vai para 2.300 pessoas. "Aproveitaremos todos", disse ela. "Gravei um vídeo que, ainda esta semana, deve ser transmitido a eles para anunciar as mudanças, como já fizemos com nossos funcionários", disse Luiza.

Com a incorporação dos consumidores da rede – tanto das lojas quanto dos cartões de crédito – o Magazine contará agora com 20,1 milhões de clientes e 3,4 milhões de consumidores de cartão de crédito. "A parceira da Maia era o Banco do Brasil, e a nossa é o Itaú, mas ainda deve demorar alguns meses para fazer a transição dos clientes", afirmou.

O contrato entre as empresas foi fechado na madrugada quinta para sexta (16/7), e a estimativa é de que tenha envolvido o montante de 290 milhões de reais – número não confirmado pelas empresas. "Parte do valor pago pela Lojas Maia, cerca de 40%, corresponde às dívidas que iremos renegociar. O restante sairá de nosso capital próprio", disse a empresária.

Com atendimento de clientes da classe C e D, a Lojas Maia tem um perfil semelhante ao do Magazine Luiza. As duas redes têm cerca de 50 anos de existência, começaram em cidades pequenas e são controladas pelas famílias fundadoras. "Para nós, foi muito difícil nos desfazer do negócios", afirmou Marcelo Maia. "Porém, a impressão é de que apenas mudaremos a fachada das nossas lojas, porque o Magazine Luiza tem uma maneira de trabalhar bem parecida com a nossa". Essa declaração pode ser comprovada, de acordo com Luiza, com a contratação de Marcelo como o novo diretor da rede do Nordeste. 

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