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Magazine Luiza está aberto a aquisição de qualquer empresa, diz presidente

Apetite da empresa não apenas envolve categorias de produtos, como "qualquer empresa", disse o presidente executivo do Magazine Luiza, Frederico Trajano

Frederico Trajano: "Apenas no mês de julho, a companhia atingiu um aumento de 10% das vendas em lojas físicas combinado com um crescimento de 162% das vendas online" (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Frederico Trajano: "Apenas no mês de julho, a companhia atingiu um aumento de 10% das vendas em lojas físicas combinado com um crescimento de 162% das vendas online" (Patricia Monteiro/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de agosto de 2020 às 17h04.

Última atualização em 18 de agosto de 2020 às 19h29.

O Magazine Luiza retomou estratégia de expansão por meio de aquisições, mirando sobre uma variedade de categorias de produtos incluindo a de supermercados, que no último trimestre foi responsável por crescimento acelerado de rivais que viram nas medidas de isolamento social oportunidade para avançar sobre um segmento ainda dominado pelo varejo físico.

Mas o apetite da empresa não apenas envolve categorias de produtos, como "qualquer empresa", disse nesta terça-feira o presidente executivo do Magazine Luiza, Frederico Trajano, a analistas do setor de varejo.

"É muito amplo o espectro [de alvos de aquisição] quando se tem visão tão abrangente quanto a nossa. Não é qualquer peça que se encaixa no quebra-cabeça, mas podemos comprar todo tipo de empresa. Não se surpreendam", disse Trajano.

O executivo citou exemplos de rivais como a Amazon.com, que fez aquisições de empresas em áreas que incluem robótica e rede de mercearias. "Em toda a crise tem uma seleção natural. É oportunidade para quem tem operação redonda", afirmou Trajano.

Na véspera, o Magazine Luiza divulgou que suas vendas totais de abril a junho somaram 8,6 bilhões de reais, um aumento de 49% ante o mesmo período de 2019, superando a rival Via Varejo, com 7,26 bilhões de reais no trimestre.

As ações do Magazine Luiza disparavam 7,4%, entre as principais altas do Ibovespa às 15 horas.

"Apenas no mês de julho, a companhia atingiu um aumento de 10% das vendas em lojas físicas combinado com um crescimento de 162% das vendas online, sinalizando que as mudanças observadas no comportamento do consumidor no segundo trimestre serão permanentes e deverão favorecer o crescimento das companhias bem posicionadas no canal online, o que é o caso de Magazine Luiza", afirmaram analistas do BB Investimentos. Eles lembraram que a companhia entrou na crise disparada pela covid-19 com o canal físico representando cerca de 55% de suas vendas totais.

Sobre isso, Trajano afirmou que a rede segue apostando na estratégia de dar a suas lojas físicas também o papel de serem minicentrais de distribuição de produtos e que a companhia vai retomar a abertura de pontos físicos no país neste semestre.

Segundo ele, parte do forte movimento de vendas do segundo trimestre foi impulsionada pelas medidas do governo de amparo à população que incluíram o auxílio emergencial de 600 reais. O executivo defendeu a manutenção da medida, afirmando que tem colaborado para fazer girar a economia e que se a ajuda for retirada bruscamente "as vendas do varejo físico no quarto trimestre ficarão mais incertas."

Questionado sobre impactos da crise na divisão de financiamentos LuizaCred, tocada em parceria com o Itaú Unibanco, o diretor financeiro do Magazine Luiza, Roberto Rodrigues, afirmou que a inadimplência "está totalmente sob controle".

"Conseguimos em junho voltar ao recebimento igual do ano passado e julho está melhor do que antes da pandemia", disse o executivo.

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