(Amanda Perobelli/Reuters)
Bloomberg
Publicado em 9 de fevereiro de 2022 às 12h12.
Última atualização em 9 de fevereiro de 2022 às 13h08.
Por Christian Wienberg e Anna Edwards, Bloomberg
Um gigante do comércio global indicou que as interrupções nas cadeias de abastecimento que abalam economias do mundo todo podem se normalizar em poucos meses. A sinalização alivia temores de um período mais prolongado de caos no transporte marítimo, que vem aumentando a inflação ao consumidor, atrapalhando os estoques das varejistas e freando a produção nas fábricas.
Os atrasos no transporte marítimo, vistos durante a maior parte da pandemia de covid-19, começarão a diminuir no segundo semestre, afirmou a A.P. Moller-Maersk nesta quarta-feira. A mudança aliviará a pressão sobre os fluxos comerciais, mas custará à companhia dinamarquesa parte da receita obtida com fretes mais altos nos últimos meses.
“Estamos fazendo previsões em um ambiente de saída da pandemia e, honestamente, não temos muita experiência com isso”, disse o CEO Soren Skou em entrevista à Bloomberg TV nesta quarta-feira. “Dito isso, esperamos um primeiro semestre forte e o que chamamos de normalização no início do segundo semestre.”
A Maersk movimenta quase um quinto do tráfego marítimo de contêineres no planeta e projeta expansão de 2% a 4% no mercado este ano, com um primeiro semestre forte, mas uma perspectiva incerta depois disso.
É difícil prever exatamente quando haverá normalização do transporte marítimo, especialmente porque a China — país que mais exporta no mundo — ainda tem medidas de lockdown contra a covid-19, afirmou Mikkel Emil Jensen, analista do Sydbank.
“Sempre foi uma questão de tempo até que o mercado de contêineres se normalizasse e a Maersk indica que isso pode acontecer um pouco mais cedo do que alguns esperavam”, disse Jensen.
A empresa espera ter lucro de aproximadamente US$ 24 bilhões em 2022, antes de juros, impostos, depreciação e amortização. A estimativa média de uma sondagem da Bloomberg com analistas é de um ganho de US$ 28 bilhões.
As empresas de contêineres tiveram gigantescos lucros nos últimos dois anos. Os fretes subiram em meio a filas nos portos e consumidores comprando produtos sem sair de casa durante a pandemia. A Maersk e outras companhias do segmento vêm usando o dinheiro para se diversificar, fortalecendo áreas como transporte aéreo e logística.
A Maersk anunciou na quarta-feira um acordo para aquisição da Pilot Freight Services por US$ 1,68 bilhão, que ampliará sua divisão de transporte rodoviário.