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Lufthansa aceita ceder slots como contrapartida à ajuda financeira estatal

A companhia removerá quatro aeronaves de dois aeroportos, equivalentes a três voos diários para cada avião. Ryanair e easyJet podem ter interesse nas vagas

Lufthansa: acordo de 9 bilhões de euros vai fornecer liquidez à empresa em meio aos impactos econômicos por conta da pandemia do novo coronavírus (./Divulgação)

Lufthansa: acordo de 9 bilhões de euros vai fornecer liquidez à empresa em meio aos impactos econômicos por conta da pandemia do novo coronavírus (./Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de maio de 2020 às 10h37.

A companhia aérea alemã Lufthansa aceitou ceder slots (vagas) nos aeroportos de Munique e Frankfurt como contrapartida imposta nas negociações entre o governo da Alemanha e a União Europeia para a aprovação da ajuda financeira estimada em 9 bilhões de euros que vai fornecer liquidez à empresa em meio aos impactos econômicos por conta da pandemia do novo coronavírus. Com o acordo, o Estado será o principal acionista do grupo com 20% do capital. A Lufthansa afirmou que o Estado alemão deixará de ser acionista no final de 2023.

O pacote havia sido anunciado pelo governo alemão na última segunda-feira, 25, mas a União Europeia impôs regras ao resgate para grandes empresas do continente de forma que companhias menores não saiam em desvantagem após a crise. No acordo, a Lufthansa aceitou remover quatro aeronaves dos dois aeroportos, o equivalente a três voos diários para cada avião. Os slots serão realocados para outras empresas por meio de leilão. A aérea irlandesa Ryanair e a britânica easyJet podem ter interesse nas vagas.

Atualmente, cerca de 700 dos 760 aviões do grupo estão em terra. Em abril, a Lufthansa transportou cerca de 3.000 passageiros em comparação com os 350.000 antes da crise. No primeiro trimestre, o prejuízo operacional foi de 1,2 bilhão de euros e deve ser pior no segundo trimestre.

 

 

“Antes da nova pandemia de coronavírus, a empresa estava com boa saúde e lucrativa e tinha boas perspectivas para o futuro”, disse o ministério da Economia em comunicado anunciando a mistura de investimentos e empréstimos estatais, na segunda-feira.

Segundo o acordo, o Estado adquirirá 20% do grupo por 300 milhões de euros, ou seja, 2,56 euros por ação, preço muito inferior ao preço de mercado, o que garantirá sua presença na empresa como principal acionista.

Também injetará 4,7 bilhões de euros em fundos, embora sem direito a voto, no âmbito de uma “participação silenciosa” sobre a qual a Lufthansa pagará juros progressivos que variam de 4% em 2020 e 2021 a 7,5% em 2027, afirma o grupo em um comunicado.

Restam outros 1 bilhão de fundos adicionais, com os quais o governo alemão pode aumentar sua participação para 25% e uma ação, o que significa uma minoria de bloqueio sob a lei alemã.

A convertibilidade pode ser feita “no caso de uma oferta pública de compra por terceiros” para fazê-la fracassar.

O Estado também obtém dois assentos no conselho fiscal da Lufthansa, mas renuncia ao seu direito de voto nas assembleias gerais “exceto no caso de oferta de compra”.

Um crédito de 3 bilhões de euros é adicionado à tudo isso pelo grupo, que não poderá pagar dividendos aos seus acionistas.

 

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