Citi: o banco registrou despesa de 4,89 bilhões de dólares no trimestre, ante 20 milhões no mesmo período do ano anterior (Mario Tama/AFP/AFP)
Reuters
Publicado em 15 de abril de 2020 às 19h29.
Última atualização em 15 de abril de 2020 às 19h29.
O Citigroup reportou nesta quarta-feira queda de 46% no lucro do primeiro trimestre, com o banco reservando quase 5 bilhões de dólares para se preparar para o pico de inadimplência devido à interrupção da atividade econômica causada pela pandemia de coronavírus.
A doença levou ao fechamento temporário de empresas em todo o mundo, deixando milhões de desempregados nos Estados Unidos e deve causar a recessão mais profunda da história recente.
Os bancos dos EUA estão se preparando para um forte aumento da inadimplência, já que o crescimento das taxas de desemprego deixa as pessoas sem dinheiro e incapazes de pagar contas.
Os bancos com mais exposição a empréstimos não garantidos, como cartões de crédito, são mais vulneráveis a baixas contábeis, uma vez que os calotes no cartão de crédito historicamente aumentam em paralelo com o desemprego.
O Citigroup registrou despesa de 4,89 bilhões de dólares no trimestre, ante 20 milhões no mesmo período do ano anterior, para aumentar as reservas contra perdas previstas em crédito.
O JPMorgan disse na véspera que seu lucro caiu mais de dois terços, após uma provisão de 7 bilhões de dólares para perdas com empréstimos, metade disso em cartão de crédito.
"Nosso lucro no primeiro trimestre foi significativamente impactado pela pandemia de Covid-19", disse o presidente- executivo do Citi, Michael Corbat, na divulgação de resultados.
O impacto sobre os lucros foi amortecido pelo aumento das receitas com tarifas, à medida que as mesas de negociação entraram nos mercados voláteis em fevereiro e março. Os negócios com ações e renda fixa deram um salto de 39% sobre um ano antes.
A receita total subiu para 20,73 bilhões de dólares, superando a estimativa de Wall Street de 19 bilhões, segundo dados da Refinitiv.
O lucro líquido total caiu para 2,52 bilhões de dólares, ou 1,05 dólar por ação, ante 4,71 bilhões, ou 1,87 dólar por ação, um ano antes. O lucro por ação também foi impulsionado por uma redução de 10% nas ações em circulação.
Analistas esperavam, em média, que o Citigroup lucrasse 1,04 dólar por ação.