Negócios

Lucro da Vale cresce 76% no 3º trimestre para US$ 2,9 bilhões

Lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado somou 6,1 bilhões de dólares

Vale: mineradora teve lucro de 2,9 bilhões de dólares no terceiro trimestre (Germano Lüders/Exame)

Vale: mineradora teve lucro de 2,9 bilhões de dólares no terceiro trimestre (Germano Lüders/Exame)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 28 de outubro de 2020 às 20h43.

Última atualização em 28 de outubro de 2020 às 21h43.

A mineradora Vale teve lucro de 2,9 bilhões de dólares no terceiro trimestre, aumento de 76% ante o registrado no mesmo período do ano passado, informou a companhia nesta quarta-feira. As melhores oportunidades podem estar nas empresas que fazem a diferença no mundo. Veja como com a EXAME Research.

O resultado, contudo, veio abaixo das projeção da Refinitiv, de 3,76 bilhões de dólares.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado somou 6,1 bilhões de dólares, versus 4,6 bilhões de dólares no mesmo período do ano passado.

Barão de Cocais

A Justiça de Barão de Cocais, em Minas Gerais, determinou que a Vale pague, por mais um ano, um auxílio mensal a 492 pessoas evacuadas de suas residências em março de 2019, devido a riscos de inundação do complexo minerário Gongo Soco. A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) e Ministério Público Federal (MPF).

A mineradora deverá destinar um salário mínimo a cada adulto, meio salário mínimo por adolescente e um quarto de salário mínimo a cada criança. Deverá ser pago também, para cada família, o valor correspondente a uma cesta básica estabelecido pelo Dieese.

Na Ação Civil de Tutela Cautelar Antecedente, os órgãos ressaltam que grande parte dos atingidos não teve suas atividades econômicas originais restabelecidas e foi profundamente abalada em seu modo de viver, inclusive passando a ser obrigada a comprar os alimentos que antes plantava e consumia.

Samarco

A mineradora Samarco, joint venture entre a Vale e a BHP, se prepara para voltar a operar, cinco anos depois de causar o maior desastre ambiental do país. O rompimento da barragem de Fundão, no município de Bento Rodrigues, Minas Gerais, matou 19 pessoas e produziu um mar de lama que chegou até o Espírito Santo, praticamente matando o Rio Doce. 

O início dos trabalhos está previsto para o final deste ano. A Samarco está finalizando um sistema de filtragem de rejeitos, condição para voltar a operar. A expectativa é de produzir 8 milhões de toneladas por ano, o que corresponde a pouco mais de um quarto da capacidade da mineradora. 

Do ponto de vista da geração de receita, a retomada das atividades pode ser uma boa notícia para Vale e BHP. Quando se olha para o comportamento do investidor, no entanto, a volta da Samarco pode gerar prejuízo à imagem das companhias, num momento em que a agenda ambiental, social e de governança (ESG, na sigla em inglês) ganha força no mercado. 

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