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Lucro da United cai a US$ 96 mi no 1º trimestre

Investidores buscam sinais de como a companhia aérea vai reverter as críticas generalizadas sobre o tratamento aos passageiros

United Airlines: a companhia já disse que revisará suas políticas de compensação para passageiros em casos do tipo até 30 de abril, como parte de uma revisão mais ampla (Divulgação/Divulgação)

United Airlines: a companhia já disse que revisará suas políticas de compensação para passageiros em casos do tipo até 30 de abril, como parte de uma revisão mais ampla (Divulgação/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de abril de 2017 às 19h27.

Nova York - A United Continental Holdings, que enfrentou dias de turbulência após a retirada violenta de um passageiro, informou nesta segunda-feira que seu lucro líquido foi de US$ 96 milhões no primeiro trimestre, ou de US$ 0,41 por ação após ajustes, o que superou a previsão de US$ 0,38 por ação dos analistas ouvidos pela Thomson Reuters, mas ficou abaixo dos US$ 313 milhões de igual período do ano passado.

A receita da companhia foi de US$ 8,42 bilhões, também acima da previsão de US$ 8,38 bilhões.

A terceira maior companhia aérea dos EUA em tráfego detalhou seus resultados do período encerrado em março, portanto antes da controvérsia com o passageiro, ocorrida em 9 de abril.

A companhia superou a expectativa pelo quinto trimestre consecutivo.

Agora, investidores buscam sinais de como a United planeja reverter as críticas generalizadas sobre o tratamento aos passageiros, antes da crucial temporada de viagens de verão no país.

"É óbvio diante de experiências recentes que temos de fazer muito melhor trabalho para servir nossos clientes", disse em comunicado o executivo-chefe, Oscar Munoz. "O incidente que ocorreu a bordo do voo 3411 foi uma experiência que nos deixou mais humildes e eu assumo total responsabilidade."

O desastre de relações públicas foi exacerbado pela resposta inicial da United, o que levou a pedidos de boicote à empresa.

O tratamento recebido pelo médico David Dao, de 69 anos, que foi retirado à força de um avião, foi o maior teste para o executivo-chefe, no cargo há 18 meses.

Em 9 de abril, a United disse que necessitava das cadeiras do médico e de mais três passageiros do voo 3411 para que elas fossem ocupadas por tripulantes.

Dao, porém, se recusou a sair, com o argumento de que precisava ver pacientes.

Três agentes da polícia do Departamento de Aviação de Chicago retiraram o médico à força, sangrando, enquanto outros passageiros filmaram o episódio.

A United já disse que revisará suas políticas de compensação para passageiros em casos do tipo até 30 de abril, como parte de uma revisão mais ampla.

Munoz qualificou o incidente como "horrível", porém inicialmente havia apoiado os funcionários e qualificado o comportamento do médico como "beligerante".

A United também prometeu devolver o dinheiro pago por todos os clientes a bordo do avião.

Os gastos com combustíveis afetaram o lucro da companhia no primeiro trimestre, segundo analistas. A despesa com combustíveis subiu 28% no trimestre, para US$ 1,56 bilhão.

O episódio com o médico intensificou o foco sobre a companhia aérea e seu executivo-chefe, que se dirigirá a investidores durante uma conferência telefônica nesta terça-feira.

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