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Lucro da MRV supera projeções soma R$134 mi no 2º trimestre

Resultados atingiram seu ponto de inflexão com a redução da relevância de unidades problemáticas nos resultados


	Funcionários da MRV trabalhando na construção de um conjunto habitacional em São Paulo
 (Paulo Fridman/Bloomberg/Bloomberg)

Funcionários da MRV trabalhando na construção de um conjunto habitacional em São Paulo (Paulo Fridman/Bloomberg/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2014 às 21h45.

Rio de Janeiro - A MRV teve um lucro líquido acima das projeções de analistas, e os resultados atingiram seu ponto de inflexão com a redução da relevância de unidades problemáticas nos resultados e resiliência do segmento de baixa renda ao cenário econômico.

O lucro líquido ajustado da construtora e incorporadora mineira foi de 134 milhões de reais, ante 117 milhões um ano antes, informou a companhia nesta quinta-feira.

A média das estimativas de analistas obtidas pela Reuters apontava lucro nessa base de 98,7 milhões de reais no período.

O lucro líquido no trimestre foi de 401 milhões de reais, beneficiado pela revisão para cima do valor atribuído à subsidiária Log.

"Este trimestre é um ponto de inflexão. Tivemos aí quatro trimestres com margem bruta na ordem de 26 por cento e neste trimestre já aproximamos a 28 por cento", disse à Reuters um dos diretores-presidentes da companhia, Rafael Menin.

Segundo ele, os resultados de empreendimentos lançados antes de 2012 já têm relevância menor nos resultados. Estas unidades são consideradas uma safra problemática, uma vez que afetaram as margens da empresa no passado, com preços mais baixos e pressões de custos.

Segundo Menin, no terceiro e quarto trimestres, estas unidades ainda terão participação nos resultados, acrescentando, porém, que espera incremento da margem bruta.

Os lançamentos da MRV atingiram 1,05 bilhão de reais no segundo trimestre, alta de 65 por cento sobre o mesmo período do ano passado. Mas em comparação com o primeiro trimestre, eles caíram 10 por cento, já havia informado a empresa em julho.

As vendas contratadas no período foram de 1,52 bilhão de reais, alta de 10 por cento na comparação anual e leve queda de 1 por cento sobre o primeiro trimestre.

De acordo com Menin, os lançamentos não são preocupação, depois de um ajuste no ano passado, uma vez que o gargalo está nas vendas. Agora, disse ele, a companhia chegou num ponto de equilíbrio e vai lançar em linha com o que vender.

"Neste ano, estamos com um estoque ótimo. A gente deve ter um segundo semestre um pouco mais ativo do ponto de vista de lançamentos", disse.

A MRV encerrou o trimestre com estoque a valor de mercado de 4,74 bilhões de reais, alta anual de 13,1 por cento e de 0,7 por cento em relação ao primeiro trimestre. O valor corresponde a três trimestres de vendas, enquanto o estoque de unidades concluídas equivale a oito dias do volume de vendas.

Em relação ao cancelamento de vendas, o valor subiu 40,4 por cento, a 412,2 milhões de reais, em função de maior rigor nos critérios de análise e avaliação de crédito pelo Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, desde o final de 2013.

A geração de caixa da empresa entre abril e junho foi de 138 milhões de reais, chegando a 193 milhões no primeiro semestre.

Assim como afirmaram os executivos da Cyrela mais cedo nesta quinta-feira, Menin afirmou que o momento é mais favorável à recompra de ações do que a distribuição de dividendos, mas na medida que o papel vai se tornando mais caro, "a companhia tem que pensar".

O executivo afirmou ainda que o mercado voltado à baixa renda, considerado resiliente ao cenário econômico, somado à concorrência menor, são fatores que continuarão a beneficiar a companhia.

Durante o terceiro trimestre, as vendas começaram mais lentas nos primeiros dias de julho, mas voltaram ao normal em agosto, segundo ele.

"O que esperamos reportar daqui para a frente são bons resultados. Estamos vendo um mercado forte, um mercado comprador", afirmou.

A receita líquida da MRV entre abril e junho foi de 983 milhões de reais, um leve avanço anual de 0,5 por cento.

A geração de caixa ajustada medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) teve leve recuo de 0,8 por cento na mesma base de comparação, para 161 milhões de reais de abril a junho, em linha com as estimativas de analistas.

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