MRV: o resultado trimestral da construtora foi impactado com paralisação de repasses para imóveis do programa Minha Casa Minha Vida (Paulo Fridman/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 12 de novembro de 2019 às 19h46.
São Paulo — A MRV teve lucro líquido de 160 milhões de reais no terceiro trimestre, queda de 8% com relação ao mesmo período do ano passado, informou nesta terça-feira (12) a construtora de imóveis residenciais.
O resultado foi impactado com paralisação de repasses para imóveis do programa Minha Casa Minha Vida durante praticamente todo o trimestre, que fez a MRV ter uma queima de caixa de 198 milhões de reais, ante uma geração de 241 milhões um ano antes.
A companhia apurou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 248 milhões de reais, alta de 4,2% na base anual.
Analistas, em média, esperavam lucro líquido de 184,6 milhões de reais e Ebitda de 257,5 milhões, segundo dados da Refinitiv.
Segundo o balanço, com a paralisação nos repasses do MCMV, parte das vendas da empresa feitas no trimestre passado acabou não sendo registrada no período. Com isso, o número de unidades repassadas entre julho e setembro despencou 32,5%, para 7.266.
Além disso, a companhia voltou a citar maior rigor na concessão de crédito pelos bancos financiadores, o que forçou "uma flexibilização das condições comerciais" e contribuiu para a queda da margem bruta, de 33% para 29,5%.
A companhia também citou entre os impactos na margem bruta "um significativo aumento" no preço do aço e do concreto e afirmou que os novos patamares de custos de material serão mantidos. "Não esperamos um movimento de reversão nestes itens", afirmou a MRV, sem detalhar valores.
Como forma de conter parte dos custos, a empresa afirmou no balanço que está substituindo mão-de-obra terceirizada por própria, que atingiu no terceiro trimestre 70% do pessoal, esperando conseguir com isso melhor qualificação dos funcionários e melhoria em produtividade.
A MRV informou ainda que vai pagar em 27 de novembro primeira parcela, no valor de 163,95 milhões de reais, de dividendo extraordinário aprovado em abril. Ao todo, a empresa afirma que vai pagar 1,11 real por ação em dividendos relativos a 2018, correspondendo a um yield de 7%.