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Lucro da BM&FBovespa e da Cetip recuam por custos

Mesmo assim, o lucro líquido da BM&FBovespa avançou 8% no segundo semestre ante o ano anterior, para o patamar de R$ 317,7 milhões

Sede da BM&F (Gustavo Kahil/EXAME.com)

Sede da BM&F (Gustavo Kahil/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2012 às 07h26.

São Paulo - Taxas de juros em mínimas recordes e uma menor aversão a risco impulsionaram os resultados do segundo de semestre da bolsa de valores e das clearings brasileiras, com controles de gastos como o elemento que definiu os lucros, mostrou uma pesquisa de analistas realizada pela Reuters nesta quarta-feira.

Mas analistas preveem futuros distintos para as empresas, com BM&FBovespa registrando resultados mais fortes após uma bem sucedida redução de despesas operacionais, enquanto o panorama econômico adverso pode pesar na Cetip.

A volatilidade, que em 2011 pesou na receita da BM&FBovespa, desta vez ajudou a incentivar o crescimento de volume.

Entretanto, como destacado pelo analista Victor Schabbel, do Credit Suisse, pode "se tornar um obstáculo a longo prazo".

A redução da demanda por financiamento de imóveis exerceu peso sobre os lucros da Cetip, compensando o aumento da receita de registro e custódia de títulos. Os gastos cresceram de níveis anormalmente baixos no trimestre anterior conforme a Cetip concedeu mais opções de ações como prêmios a seus executivos, mostrou o levantamento.

Ainda assim, os resultados podem não levar a grandes oscilações nos preços dos papéis das companhias. Investidores se focarão, em vez disso, em comentários dos administradores sobre a previsão para a competição entre ambas e a atividade nos mercados de capitais e, no caso da Cetip, para uma previsão sobre financiamento de automóveis.

"Não esperamos que os resultados serão um grande motor de performance acionária, já que as companhias já divulgaram dados operacionais" relativos ao trimestre, escreveram os analistas Flávio Yoshida e André Parize, da Votorantim Corretora.

A Cetip divulgará seu balanço trimestral na quinta-feira após o fechamento dos mercados, enquanto a BM&FBovespa divulgará o seu em 7 de agosto.

A Cetip, que registra 97 por cento de todos os acordos de títulos de dívida privada no mercado local, deve ficar aquém da BM&FBovespa em termos de crescimento de lucro e receita, além de controles de gastos. O crescimento da receita provavelmente se expandiu a um ritmo de um dígito numa base anual pela primeira vez em dois anos, mostrou a pesquisa.


No tradicional segmento da Cetip de registro e custódia de ativos de renda fixa, a receita cresceu cerca de 15 por cento ante o ano anterior, enquanto as vendas de ônus sobre empréstimos para compra de veículos em sua unidade de financiamento recuaram por volta de 9 por cento "Deveríamos começar a buscar deduções maiores das receitas brutas, já que bancos procuram descontos maiores" em tarifas de depositários, escreveram os analistas Francisco Kops e Rafael Ferraz, da J Safra Corretora, em uma nota.

O levantamento mostrou que o lucro líquido deve ter subido 15 por cento para 68,8 milhões de reais ante um ano anterior, de acordo com a estimativa média de nove analistas. O valor caiu 3,6 por cento ante o primeiro trimestre, por conta de crescentes despesas operacionais e financeiras.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização -- uma medida de lucratividade operacional conhecida como EBITDA -- cresceu modestos 4,3 por cento para 141,5 milhões de reais numa base anual.

O lucro líquido da BM&FBovespa avançou 8 por cento ante o ano anterior, a 317,7 milhões de reais, segundo a estimativa média de 9 analistas. Numa base sequencial, o lucro saltou 13,3 por cento.

O levantamento também previu que a receita líquida aumentou 17,7 por cento, para 550,6 milhões de reais comparado ao ano anterior, com o EBITDA avançando 27,3 por cento para 398,8 milhões de reais numa base anual.

O volume médio de negociações no segmento de ações da Bovespa teve oscilação positiva de 7 por cento para recorde 6,7 bilhões de reais no trimestre, enquanto o dado para o segmento de derivativos e commodities da bolsa saltou 24 por cento para 3,4 milhões de contratos -- uma máxima histórica.

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