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Lucro ajustado do Bradesco cresce 13%, para R$ 4,6 bilhões

Banco foi ajudado pelo aumento das receitas com prestação de serviços e pela redução de despesas com provisões de inadimplência

Bradesco: carteira de crédito expandida do Bradesco atingiu 502,7 bilhões no fim de março (Andrew Harrer/Bloomberg)

Bradesco: carteira de crédito expandida do Bradesco atingiu 502,7 bilhões no fim de março (Andrew Harrer/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 27 de abril de 2017 às 07h44.

Última atualização em 27 de abril de 2017 às 09h00.

São Paulo - Despesas menores para perdas com calotes ditaram alta do lucro ajustado do Bradesco no primeiro trimestre, mas o resultado foi parcialmente ofuscado pelo aumento do índice de atrasos e pela piora no desempenho do negócio de seguros.

O segundo maior banco privado do país anunciou nesta quinta-feira que seu lucro recorrente somou 4,648 bilhões de reais no período, alta de 13 por cento sobre um ano antes e de 6 por cento na base sequencial. Já o lucro líquido, que referencia remuneração a acionistas, somou 4,07 bilhões, avanço de 13,3 por cento sobre o trimestre anterior e queda anual de 1,2 por cento.

Refletindo tanto efeitos sazonais quanto a persistente fraqueza econômica do país, a carteira de crédito do Bradesco encolheu 2,4 por cento sobre dezembro, para 502,7 bilhões de reais, embora na comparação anual tenha crescido 8,5 por cento.

A margem de juros, que mostra as receitas do banco com operações de crédito e com tesouraria, ficou estável sobre o último quarto de 2016, refletindo a retração na carteira de empréstimos e o foco em operações de menor spread. O resultado não foi pior devido à queda de 67 por cento no ajuste contábil por perdas com ativos financeiros, a 420 milhões de reais.

Também na base sequencial, as receitas com tarifas caíram 1,5 por cento, para 7,43 bilhões de reais. Ano a ano, contudo, essa linha apontou alta de 16 por cento.

As comparações anuais são parcialmente distorcidas pelo fato de o Bradesco ter consolidado as operações do HSBC no Brasil a partir de julho passado.

Se as receitas não foram o ponto forte do trimestre, por outro lado o Bradesco viu a despesa com provisões para perdas com calotes cair 10,8 por cento em 12 meses e 12 por cento sobre o trimestre anterior, a 4,86 bilhões de reais. Segundo o banco, a queda refletiu maiores receitas com recuperação de crédito.

Embora provisões menores em geral signifiquem estimativa de queda futura nas perdas com calotes, o índice de inadimplência do Bradesco subiu na base sequencial pelo nono trimestre seguido, atingindo 5,6 por cento. O índice tinha sido de 5,5 por cento em dezembro e de 4,2 por cento 12 meses antes

Segundo o banco, o aumento teve a ver com uma grande empresa cujo nome não foi revelado, mas o valor já tinha sido todo provisionado. O índice antecedente, de 15 a 90 dias, caiu na base sequencial, de 4,65 para 4,31 por cento.

Além de dados operacionais fracos da atividade bancária, o braço de seguros, que responde por cerca de um terço do resultado do grupo, teve queda de 8,7 por cento do lucro sobre o trimestre anterior e de 0,4 por cento ano a ano, para 1,37 bilhão de reais. O declínio reflete entre outros fatores o avanço da sinistralidade, o volume de indenizações pagas.

De todo modo, o retorno sobre patrimônio líquido médio ajustado (ROE) do Bradesco subiu a 18,3 por cento, ante 17,5 por cento um ano antes e 17,6 por cento no fim de 2016.

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