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Lua tem gás de US$ 19 milhões o quilo, e essa startup quer ser a primeira a explorar com robôs

Tecnologia desenvolvida busca atender à demanda por energia de fusão e computadores quânticos, com missão piloto prevista para 2029

Startup americana planeja extrair hélio-3 lunar e transformar mercado energético (Freepik)

Startup americana planeja extrair hélio-3 lunar e transformar mercado energético (Freepik)

Publicado em 3 de setembro de 2025 às 18h34.

Última atualização em 3 de setembro de 2025 às 19h03.

A startup americana Interlune está desenvolvendo robôs autônomos para minerar na Lua hélio-3, um isótopo raro com alto valor industrial e aplicações em energia de fusão e computação quântica. O gás, vendido em 2024 por cerca de US$ 19 milhões por quilo, é depositado na superfície lunar pelos ventos solares e não é abundante na Terra.

De acordo com a Forbes, a empresa pretende usar escavadeiras autônomas para processar milhões de toneladas de regolito lunar — camada de detritos soltos que cobre a superfície — e extrair o hélio-3 pela destilação à temperatura ultrabaixa. Menos de 1% do regolito contém o isótopo, exigindo equipamentos de alta precisão que funcionem em condições extremas: poeira abrasiva, temperaturas de até 121ºC durante o dia e -245 ºC à noite.

O protótipo da colheitadeira, desenvolvido em parceria com a fabricante Vermeer, tem uma broca giratória para transportar o regolito e design que permite operação autônoma e manutenção robótica de peças desgastadas. A missão piloto lunar está prevista para 2029.

Viabilidade econômica e parcerias

Segundo a Forbes, a startup recebeu US$ 18 milhões em financiamento inicial, liderado pela Seven Seven Six. Firmou contratos para fornecer hélio-3 ao Departamento de Energia dos EUA e à empresa Maybell, fabricante de sistemas de refrigeração para computadores quânticos.

Para reduzir riscos e gerar receita antes da operação na Lua, a Interlune também comercializa simuladores de regolito lunar e equipamentos de destilação para empresas.

No entanto, o sucesso da operação depende do transporte de equipamentos pesados, contando com foguetes como os da SpaceX, que permitem enviar grandes volumes em poucas remessas.

Alternativas incluem módulos da Blue Origin, mas com custos mais altos.

A localização das áreas de mineração será confirmada por câmeras espectrais e missões de prospecção entre 2025 e 2027, garantindo que a concentração de hélio-3 seja suficiente para viabilidade econômica.

Além do hélio-3, a empresa planeja extrair metais industriais e elementos de terras raras.

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