Negócios

Lojas Renner tem queda em vendas mesmas lojas no 4º tri

A queda de 0,8% de outubro a dezembro ante mesmo período de 2015, segundo a empresa, refletiu a atitude cautelosa do consumidor

Renner: "É isso o que estamos esperando para 2017: uma melhora gradual ao longo dos trimestres", afirmou o executivo (Kiko Ferrite/EXAME.com)

Renner: "É isso o que estamos esperando para 2017: uma melhora gradual ao longo dos trimestres", afirmou o executivo (Kiko Ferrite/EXAME.com)

R

Reuters

Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 20h28.

Última atualização em 10 de fevereiro de 2017 às 09h34.

São Paulo - A Lojas Renner voltou a ter queda nas vendas no conceito mesmas lojas no quarto trimestre, ainda afetada pelo cenário adverso para o varejo, diante da recessão do país.

A queda de 0,8% de outubro a dezembro ante mesmo período de 2015, segundo a empresa, refletiu a atitude cautelosa do consumidor e o ambiente promocional e competitivo, além da demora do aumento da temperatura, com impacto na coleção verão.

O declínio, no entanto, foi mais brando do que no terceiro trimestre, quando o recuo ano a ano tinha sido de 3,9%.

De acordo com o diretor financeiro e de relações com investidores da Lojas Renner, Laurence Gomes, o desempenho do quarto trimestre ficou aquém da expectativa da empresa, mashouve melhora gradativa no período, que se seguiu em janeiro.

"É isso o que estamos esperando para 2017: uma melhora gradual ao longo dos trimestres", afirmou o executivo à Reuters, acrescentando que a varejista espera recuperar os níveis de vendas históricos pré-2016 a partir do segundo semestre.

Segundo ele, apesar de sinais de recuperação da confiança do consumidor e de empresários, da queda da inflação e dos juros menores, o ano seguirá desafiador, com desemprego ainda elevado.

Apesar do quadro econômico difícil, a Lojas Renner teve alta de 19,2% no lucro líquido no quarto trimestre, a 299,8 milhões de reais, apoiada em controles de despesas e receitas com produtos financeiros.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado total foi de 567,7 milhões de reais, alta de 15,5%.

O rigor nas despesas garantiu estabilidade ou leve alta de margens operacionais, disse Gomes, mesmo com alta anual de apenas 4,5% na receita líquida, a 1,92 bilhão de reais.

A margem bruta das operação de varejo atingiu 55,8%, ante 55,7% um ano antes, enquanto a margem Ebitda ajustada total subiu 2,8 pontos percentuais, para 29,6% nos últimos três meses de 2016.

De acordo com a companhia, se excluídos os efeitos da reoneração da folha de pagamentos e das revisões fiscais, a margem Ebitda teria sido de 30,2%.

O resultado de produtos financeiros totalizou 62,9 milhões de reais, alta de 63,5% na base ano a ano, e representou 11,1% do Ebitda ajustado total, refletindo melhora na receita e menor nível de inadimplência.

"Nós tivemos um bom resultado de produtos financeiros, em função principalmente de uma perda menor, de uma inadimplência menor, que foi resultado de uma concessão de crédito melhor e de um processo de cobrança mais assertivo", disse Gomes.

O lucro de 2016 somou 625,1 milhões de reais, alta de 8%. A receita líquida subiu 5%, a 5,7 bilhões de reais e as vendas em mesmas lojas caíram 0,2%.

Novas lojas, investimentos

Para 2017, Laurence prevê inaugurar entre 60 e 65 lojas, incluindo unidades das bandeiras Youcom e Camicado.

No ano passado, foram abertas 64 lojas. Em dezembro de 2016, o grupo operava com 300 lojas da Renner, 59 da Youcom e 85 da Camicado.

Os investimentos totais propostos para este ano somam 500 milhões de reais, ligeiramente abaixo dos 512 milhões de 2016.

As ações fecharam em alta de 0,6% na Bovespa nesta quinta-feira. O Ibovespa subiu 0,2%.

Acompanhe tudo sobre:LojasRennerVendas

Mais de Negócios

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial

Um erro quase levou essa marca de camisetas à falência – mas agora ela deve faturar US$ 250 milhões