Unidade da rede no Conjunto Nacional: crise sem precedentes (Foto/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2019 às 18h23.
Última atualização em 25 de abril de 2019 às 20h25.
A rede de livrarias Cultura publicou na tarde desta quinta-feira uma resposta oficial a uma onda de publicações negativas de ex-funcionários divulgadas nos últimos dias.
O assunto veio à tona depois de um texto no site Passa Palavra, que publicou no último domingo (21/4) relatos de três supostos ex-funcionários sobre situações de assédio moral, sobrecarga de trabalho, perseguição e ameaças de demissão por justa causa. Após o texto viralizar na internet, dezenas de outras pessoas publicaram no Twitter depoimentos sobre infrações trabalhistas envolvendo a Cultura. Ex-funcionários também relataram episódios de infrações trabalhistas à revista Veja São Paulo.
Procurada por EXAME, a Cultura divulgou um comunicado, postado também em sua conta no Twitter, dizendo que os “relatos estão completamente distorcidos” e que “os casos citados ocorreram anos atrás” e “não se sustentam”. “Temos uma equipe maravilhosa e lojas lindas. Somos um time que gosta de trabalhar muito e continuaremos fazendo isso para entregar conhecimento e cultura para os brasileiros, além de um serviço incrível”.
O Sindicato dos Comerciários de São Paulo, procurado por EXAME, disse desconhecer os casos relatados. Segundo a assessoria de imprensa do sindicato, os únicos processos trabalhistas abertos pela entidade sindical contra a Livraria Cultura dizem respeito à falta de pagamento de rescisões trabalhistas após as demissões do ano passado.
A empresa já havia sido acusada de demissões sem motivo legal e com constrangimento em 2013. No dia 5 junho daquele ano, o presidente da Cultura, Sérgio Herz, se reuniu com o presidente do sindicato, Ricardo Patah, para tratar das denúncias. À época, segundo o sindicato, a livraria afirmou que “os casos aconteceram de forma pontual e por reformulação da empresa” e descartou a “probabilidade de perseguição ou constrangimento”.
A Cultura pediu recuperação judicial em outubro do ano passado, numa conjunção de problemas causado pela queda no faturamento com problemas na gestão. A empresa viu sua receita começar a cair em 2014, quando faturou 440 milhões de reais. Dois anos depois, o valor recuou para 360 milhões, e desde então a empresa deixou de divulgar os resultados.
Os problemas começaram a se agravar em 2017, quando a empresa anunciou a compra das operações da francesa Fnac no Brasil. Mas o negócio derrubou a lucratividade da Cultura e fez sua dívida, de 17 milhões de reais em 2017, crescer mais de cinco vezes. A Cultura decidiu fechar as lojas Fnac no ano passado.