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Linhão de Belo Monte tem atraso ambiental, diz empresa

O primeiro linhão de transmissão que escoará a energia produzida pela hidrelétrica de Belo Monte está com o licenciamento ambiental atrasado, revelou empresa


	Obras da usina de Belo Monte: a empresa esperava a emissão da licença ambiental de instalação, que permite o início da construção, para no máximo julho deste ano
 (Regina Santos/ Norte Energia/Fotos Públicas)

Obras da usina de Belo Monte: a empresa esperava a emissão da licença ambiental de instalação, que permite o início da construção, para no máximo julho deste ano (Regina Santos/ Norte Energia/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2015 às 17h39.

São Paulo - O primeiro linhão de transmissão que escoará a energia produzida pela hidrelétrica de Belo Monte, licitado em fevereiro do ano passado, está com o licenciamento ambiental atrasado, revelou nesta quarta-feira o vice-presidente de operações da principal investidora da obra, a chinesa State Grid, Ramon Haddad.

De acordo com o executivo, a empresa --que tem como sócias minoritárias na obra as subsidiárias da Eletrobras, Furnas e Eletronorte-- esperava a emissão da licença ambiental de instalação, que permite o início da construção, para no máximo julho deste ano.

"Nossa expectativa é conseguir cumprir os prazos... embora a gente tenha observado um pequeno atraso. Estamos com dificuldade até hoje de obtenção da licença de instalação", afirmou ele, durante evento em São Paulo.

Orçado em 5 bilhões de reais, o empreendimento precisa iniciar operação no primeiro semestre de 2018.

Haddad disse que o problema provavelmente deve-se a questões "processuais" do Ibama, responsável pelo licenciamento, uma vez que o linhão, apesar de partir da região Norte do país e ir até o Sudeste, não chega a ser um projeto ambientalmente sensível, na visão da State Grid.

"Não tem dificuldades ambientais significativas, a não ser essas que a gente diria que são usuais, rotineiras, nada que justifique qualquer tipo de atraso", disse, destacando que o projeto não passa por regiões indígenas.

Já há um sinal de alerta também quanto ao cronograma do segundo linhão para transmissão da energia de Belo Monte, que a State Grid arrematou sozinha em leilão realizado em julho deste ano.

"Temos uma expectativa boa de cumprir o prazo, apesar de a gente ter falado que 50 meses é muito desafiador (para esse projeto). Mas, ainda assim, vamos tentar e estamos confiantes de que, com ajuda e apoio dos agentes do setor, vamos conseguir vencer as dificuldades", apontou Haddad.

O segundo linhão precisa estar pronto no início de 2019.

LEILÃO DE HIDRELÉTRICAS

O executivo da State Grid afirmou ainda que aguarda uma resposta do comando da empresa, na China, sobre a participação da empresa no leilão de hidrelétricas existentes agendado para 25 de novembro.

Segundo Haddad, a empresa tem como foco as maiores usinas do certame, Jupiá e Ilha Solteira, que pertenciam à Cesp, mas não descarta disputar lotes com hidrelétricas menores.

Ele explicou que os recursos necessários para viabilizar a entrada no certame não estão no plano de investimentos definido pela estatal chinesa para o Brasil, mas disse que há flexibilidade por parte da matriz para autorizar aportes em projetos adicionais se estes forem considerados relevantes.

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