Negócios

Lição de Antônio Ermírio foi generosidade, diz biógrafo

O professor José Pastore, que escreveu a biografia de Antônio Ermírio de Moraes, afirmou que o empresário nunca se conformou com a "ciranda financeira"


	Antonio Ermírio: ele sempre se preocupou com crise industrial e energética, disse Pastore
 (Frederic Jean / VEJA)

Antonio Ermírio: ele sempre se preocupou com crise industrial e energética, disse Pastore (Frederic Jean / VEJA)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2014 às 15h44.

São Paulo - O professor José Pastore, que escreveu a biografia de Antônio Ermírio de Moraes, afirmou nesta segunda-feira, 25, que a grande lição do empresário foi a generosidade.

"Apesar da vida ocupada com o trabalho, ele sempre encontrou tempo para ajudar os mais necessitados. Passou metade da vida dele dentro deste hospital", afirmou, ao chegar para o velório de Antônio Ermírio, na Beneficência Portuguesa.

Pastore afirmou ainda que o empresário nunca se conformou com a "ciranda financeira".

"Ele sempre disse que o importante para o país era ganhar dinheiro produzindo. Sem uma boa produção não havia jeito de combater a inflação, essa era a teoria dele", disse.

Pastore acrescentou que Antônio Ermírio sempre se preocupou com a crise industrial e energética, tendo inclusive antecipado a falta de água no estado de São Paulo.

"Ele providenciou poços artesianos no hospital para enfrentar o colapso. Ele tinha uma intuição muito grande. Ele era um homem de uma inteligência privilegiada", afirmou.

Antônio Ermírio, que tinha 86 anos, faleceu na noite de ontem, em casa, de insuficiência cardíaca.

Skaf

Para o candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Paulo Skaf, Antônio Ermírio foi um exemplo de chefe de família, empresário e homem público.

"Ele tinha um espírito público. Sem dúvida nenhuma ele seria um grande governador de São Paulo, como foi um grande empresário", afirmou, referindo-se à candidatura de Antônio Ermírio ao governo do Estado em 1986, quando foi derrotado por Orestes Quércia.

"Tive a honra como presidente da Fiesp de homenageá-lo, dando a ele o título merecido de presidente emérito da Fiesp", acrescentou Skaf, ao deixar o velório de Antônio Ermírio.

Segundo ele, o empresário foi uma referência de trabalho, seriedade e simplicidade.

"Ele era carismático, competente, realizador", disse, ressaltando também o trabalho filantrópico de Antônio Ermírio.

"A morte chega para todos nós, mas tenho certeza que ele estará em um bom lugar porque ele só fez coisas boas em vida."

Família

Renata Moraes, filha do empresário, fez um discurso emocionado lembrando o legado de seu pai.

Segundo ela, muito do que ele fez na área social não era conhecido nem pela família, que só soube de algumas ações ao ler sua biografia.

"A família está em paz, estamos conformados com a situação. Ele estava sendo bem cuidado, bem tratado, mas chega uma hora em que seria um egoísmo nosso o querer aqui como ele estava", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:Antônio Ermírio de MoraesBilionários brasileirosEmpresáriosMortesPersonalidades

Mais de Negócios

As 15 cidades com mais bilionários no mundo — e uma delas é brasileira

A força do afroempreendedorismo

Mitsubishi Cup celebra 25 anos fazendo do rally um estilo de vida

Toyota investe R$ 160 milhões em novo centro de distribuição logístico e amplia operação