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LG fechará fábrica em SP; produção de monitores e notebooks vai para o AM

Planta de Taubaté emprega 1.000 e fabricava também celulares; divisão de smartphones foi encerrada pela multinacional coreana

LG: empresa deixou o  mercado de celulares. (Igor Golovniov/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)/Getty Images)

LG: empresa deixou o mercado de celulares. (Igor Golovniov/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 7 de abril de 2021 às 07h58.

Um dia depois de anunciar o encerramento de sua divisão de celulares no mundo, a LG anunciou nesta terça-feira que vai transferir suas linhas de produção de monitores e notebook de sua fábrica em Taubaté, no interior de São Paulo, para Manaus.

Ficaria na cidade paulista apenas a operação de call center da empresa. Com isso, o sindicato dos metalúrgicos estima a demissão de 700 dos atuais 1.000 funcionários da LG no município.

A planta localizada no Vale do Paraíba tinha ainda 400 empregados na linha de smartphones, que será encerrada. A transferência ocorre em razão de isenções fiscais que a LG tem na Zona Franca de Manaus.

Na última segunda-feira, logo após o anúncio do fim da unidade, a multinacional sul-coreana havia dito que manteria a produção de monitores e notebooks em Taubaté. Nesta terça, porém, em reunião com o sindicato dos metalúrgicos, a empresa afirmou que só vai manter em São Paulo seu call center.

"A empresa fará a transferência da produção de notebooks, monitores e all in one para sua unidade de Manaus, de modo que fortaleceremos nossa competitividade comercial em TV, PCs e monitores", disse a LG em nota. A companhia disse ainda negociar com o sindicato de Taubaté para "implementar compensação adicional aos direitos já vigentes" aos dispensados.

Ao sindicato de Taubaté, a empresa afirmou que a decisão foi tomada em função de ter benefícios fiscais no Amazonas e não dispor das mesmas isenções em São Paulo. A entidade terá novas reuniões com a LG até sexta-feira, e busca reverter a decisão.

A decisão de transferir os notebooks e os monitores para o Amazonas foi tomada, segundo a empresa, depois que o governo de São Paulo decidiu não renovar a isenção de ICMS para o setor. A empresa diz que conversou com o governo (estadual), mas não teve jeito. Aproximadamente 700 seriam demitidos - diz o presidente do sindicato dos metalúrgicos de Taubaté, Cláudio Batista.

A entidade vai procurar o governador João Doria (PSDB) para tentar reverter o fechamento da fábrica e as Vamos fazer uma discussão para ter uma indenização social para todos os trabalhadores. Vamos procurar o governador e o prefeito.

A decisão da LG é a segunda grande baixa no polo industrial do Vale do Paraíba neste ano. Em janeiro, a Ford anunciou sua saída do Brasil e o consequente fechamento de suas unidades no país. A montadora tinha uma fábrica de motores em Taubaté e gerava 830 empregos diretos.

Com o fim da sua unidade de celulares, a LG se tornou a primeira grande empresa que produz celulares a se retirar do disputado mercado de smartphones.

Mundialmente, o segmento é hoje liderado por Apple e Samsung, que detinham respectivamente 23,4% e 17% das vendas globais no terceiro trimestre de 2020, segundo a consultoria IDC. Em seguida, aparecem as chinesas Xiaomi (11,6%) e Huawei (8,6%).

A LG aparece no ranking de 2020 na nona posição entre as fabricantes em número de vendas, com uma fatia de mercado de apenas 2%. No Brasil, no entanto, também segundo dados da IDC, a empresa estava entre as três maiores, com 12% do mercado nacional, competindo com Samsung, Motorola e Apple. Em 2020, a empresa chegou a ganhar dois pontos percentuais em participação no mercado nacional.

A empresa sul-coreana disse que o fim das operações no segmento dos celulares foi definida após prejuízos acumulados na área desde 2015. A companhia já havia tentado vender todo o setor, sem sucesso.

"Desde o segundo semestre de 2015, o nosso negócio global de celulares tem sofrido uma perda operacional por 23 trimestres consecutivos, resultando em um acumulado de aproximadamente US$ 4,1 bilhões [em perdas] até o final de 2020", informou a empresa em nota.

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