Campanhas do Greenpeace usaram os famosos bonecos para se manifestar contra a exploração do petróleo no Ártico (Greenpeace)
Karin Salomão
Publicado em 10 de outubro de 2014 às 12h05.
São Paulo – A Lego terminou uma parceria de 50 anos com a Shell, por causa das perfurações que a petroleira fará no Ártico em 2015.
O acordo foi terminado por conta da pressão da organização Greenpeace. Há meses, a ONG vinha constrangendo a fabricante de brinquedos a tomar uma posição contrária às ações da petroleira.
O último contrato, firmado em 2011, garantia distribuição de brinquedos da Lego em postos de gasolina da Shell em 26 países, para aqueles que abastecessem com no mínimo 30 litros. No entanto, as empresas têm parceria para marketing desde os anos 1960.
A Lego afirmou que irá cumprir o acordo até que ele expire, sem renovação. O presidente da Lego, Joergen Vig Knudstorp, disse que os protestos do Greenpeace “podem ter criado desentendimentos entre os investidores. Estima-se que o acordo valia 68 milhões de libras.
A campanha do Greenpeace começou em julho, como uma resposta ao pronunciamento da Shell, que afirmava que voltaria a extrair petróleo e gás natural da região gelada em 2015.
Segundo nota da Shell, estima-se que a região detenha 30% do gás natural ainda não descoberto, assim como 10% do petróleo do mundo.
Por conta disso, campanhas do Greenpeace usaram os famosos bonecos para se manifestar contra a exploração do petróleo no Ártico.
A ONG lançou um vídeo chamado “Everything is not awesome”, que brinca com a trilha sonora do filme da Lego. O vídeo mostra o Ártico, construído inteiramente com 120 kg de peças de brinquedo, sendo tomado por um derramamento gigante de óleo, e afirma que a Lego estaria “poluindo a imaginação das crianças”.
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Em 2012, a Shell perdeu controle de seu navio petroleiro, o Noble Discoverer. O navio foi investigado pela Guarda Costeira do Alasca para verificar problemas em relação ao controle de poluição e segurança da equipe.
Inicialmente, a Lego rejeitou a campanha, dizendo estar “entristecida” com este uso de sua imagem. “A marca Lego nunca deveria ter se tornado parte da disputa da Greenpeace com a Shell”, disse a empresa.
Em nota, afirmou que a distribuição de seus produtos nos postos de gasolina “permite levar os blocos da Lego às mãos de mais crianças e cumprir nossa promessa de brincadeiras criativas”.
“Estamos determinados a deixar um impacto positivo na sociedade e no planeta que nossas crianças irão herdar”, disse Jørgen Vig Knudstorp , presidente do grupo Lego.