Negócios

Le Lis Blanc tem dificuldade em firmar novas marcas

No meio do caminho de sua forte expansão, a Restoque se deparou com algumas pedras, que se traduziram em um prejuízo de R$ 12,8 milhões no segundo trimestre


	Loja da Bobô, da Restoque: companhia contabilizou custos extraordinários de R$ 6,8 milhões entre abril e junho
 (Divulgação)

Loja da Bobô, da Restoque: companhia contabilizou custos extraordinários de R$ 6,8 milhões entre abril e junho (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2012 às 13h23.

São Paulo - Nos corredores da sede da Restoque, dona da marca de roupas Le Lis Blanc, o clima entre funcionários não lembra nem de longe o glamour das campanhas da empresa com astros de Hollywood ou os flashes de colunas sociais que tomam conta dos coquetéis de inaugurações de lojas - só na primeira quinzena de outubro, seis novas unidades foram abertas.

No meio do caminho de sua forte expansão, a Restoque se deparou com algumas pedras, que se traduziram em um prejuízo de R$ 12,8 milhões no segundo trimestre e em posteriores ajustes de custos, que incluíram a demissão de mais de 300 funcionários no mês passado. O problema da Restoque é que nem todas as apostas no rápido crescimento deram o retorno inicialmente planejado.

Pode ser apenas um soluço temporário - pelo menos é o que aposta a maioria dos analistas ouvidos pelo 'Estado' -, mas foi o suficiente para acender a luz amarela do mercado financeiro, que vinha tratando a empresa do fundo Artesia como uma espécie de “queridinha” do varejo nos últimos dois anos. Entre as instituições que reduziram a perspectiva das ações da Restoque de “acima da média” para “em linha com o mercado” estão a consultoria Raymond James e o banco JP Morgan.

Um conjunto de fatores levou a Restoque a contabilizar custos extraordinários de R$ 6,8 milhões entre abril e junho, o que colaborou para levar a empresa ao resultado negativo e a contrariar as expectativas do setor financeiro, que projetava um pequeno lucro. A companhia sofreu com atrasos em aberturas de shopping centers, superdimensionamento do número de atendentes nas lojas e também teve dificuldades na logística, que ficou dividida após seu centro de distribuição ter sido atingido por um incêndio em maio do ano passado.

Esses problemas se somaram a um momento difícil no mercado de moda para a classe A e B, segundo o consultor Edson D’Aguano. “A Le Lis Blanc está no grupo de marcas que concorre com as compras feitas no exterior”, diz. “Todo esse segmento teve resultados ruins recentemente. A diferença é que a Restoque publica os resultados, pois é uma empresa aberta.”

Na contramão do mercado, em que grupos com capacidade de investir procuram grifes já consagradas para compor seu portfólio - o caso mais recente é a compra da Osklen pela Alpargatas -, a Restoque decidiu chegar a novos universos com propostas próprias que não foram testadas, batizadas de Noir (linha masculina), John John (moda jovem) e Beauté (maquiagem).

O resultado, até agora, não foi uniforme. Para a Raymond James, os novos formatos tiveram um “início desequilibrado; bom para a John John e nem tão bom para a Noir”. Para o ano que vem, o mercado já vê alguns ventos favoráveis para a Restoque. O primeiro respiro será a própria diminuição do ritmo de expansão, que vai se traduzir em custos menores. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasVarejoModaRoupasRestoqueLe Lis Blanc

Mais de Negócios

Floripa é um destino global de nômades digitais — e já tem até 'concierge' para gringos

Por que essa empresa brasileira vê potencial para crescer na Flórida?

Quais são as 10 maiores empresas do Rio Grande do Sul? Veja quanto elas faturam

‘Brasil pode ganhar mais relevância global com divisão da Kraft Heinz’, diz presidente