Negócios

Lava-Jato fecha acordo e Philips vai devolver R$ 60 mi aos cofres públicos

Acordo vem na esteira de investigações de formação de cartel e fraude em licitações para o fornecimento de equipamentos médicos e materiais hospitalares

Philips: empresa fez acordo de leniência de R$ 60 milhões em caso de fraudes na saúde do RJ (Mateusz Slodkowski/Getty Images)

Philips: empresa fez acordo de leniência de R$ 60 milhões em caso de fraudes na saúde do RJ (Mateusz Slodkowski/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 17h02.

Última atualização em 10 de dezembro de 2020 às 17h12.

A Philips Medical fez acordo de leniência com a força-tarefa da Lava-Jato do Rio de Janeiro ligado a investigações sobre fraudes na saúde, que prevê pagamento de quase 60 milhões de reais, divulgou na véspera o Ministério Público Federal.

Homologado em novembro pela 7ª Vara Federal Criminal, o acordo vem na esteira de investigações de formação de cartel e fraude em licitações para o fornecimento de equipamentos médicos e materiais hospitalares para a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro e o Instituto Nacional de Traumatologia (Into).

A Philips pagará 59,9 milhões de reais para ressarcimento dos danos materiais e morais cometidos.

Deflagrada em 2018, a Operação Ressonância investiga participação de 37 empresas num cartel para direcionar os vencedores e os valores a ser pagos nos contratos de fornecimento ao Into, localizado na região portuária do Rio, de acordo com as autoridades.

"No acordo, a empresa revelou e se comprometeu a revelar fatos ilícitos apurados em investigação interna, praticados no Into, no Ministério da Saúde e na Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, envolvendo empresários e agentes públicos", disse o MPF em comunicado.

O acordo, segundo o MPF, permite a continuidade das atividades da Philips e a adoção de práticas de integridade afim de evitar reincidência.

"Este é um passo importante para a resolução de um caso antigo", afirmou a Philips em nota, destacando que, no caso da empresa, a investigação se concentra principalmente no período entre 2007 e 2010 e que desde 2018 vem conduzindo investigação interna sobre o assunto e está cooperando com o MPF.

De acordo com a empresa, o valor acordado será coberto pela provisão que a empresa registrou no início do ano.

"Nos últimos dez anos, a Philips fortaleceu significativamente seus processos de negócios e a empresa vem investindo substancialmente na adoção de seus Princípios Gerais de Negócios por meio da implantação de diversos programas de conformidade e conscientização, e também do estabelecimento de políticas e processos que reforçam essa adesão", acrescentou.

Acompanhe tudo sobre:Ministério PúblicoOperação Lava JatoPhilipsRio de Janeiro

Mais de Negócios

Guga e Rafael Kuerten apostam em energia e imóveis nos 30 anos do Grupo GK

Eles acharam uma solução simples para eliminar as taxas na hora da compra

Quem são os bilionários mais amados (e odiados) dos EUA?

Esta empresa já movimentou R$ 100 milhões ao financiar condomínios em crise