Desfile da Daslu: empresa estava em recuperação judicial
Da Redação
Publicado em 9 de julho de 2012 às 18h36.
São Paulo - A Laep Investments Ltd. recebeu hoje o aval da assembleia de credores da Daslu, maior loja de artigos de luxo do país, para assumir o controle da empresa.
De acordo com a assessoria de imprensa da Daslu, 90 por cento dos credores presentes à assembleia aprovaram o plano de recuperação judicial. O plano estabelece a venda da marca Daslu e de uma das duas unidades da rede.
Apenas uma proposta foi apresentada aos credores durante a assembleia, informou a assessoria da loja. A Laep Investments ofereceu R$ 1.000 mais um crédito de R$ 44 milhões em dívidas da rede, além de um aporte de R$ 21 milhões em dinheiro pela marca Daslu.
Pela oferta, a Laep assume integralmente as dívidas da rede de lojas. Os credores deram desconto de 60 por cento nas obrigações que têm a receber. Segundo a assessoria da Daslu, essas dívidas não incluem os passivos fiscais, que seguem sob responsabilidade da fundadora da marca, Eliana Tranchesi.
Investimentos da Laep
A assessoria da Daslu informou que o dinheiro injetado pelos novos controladores será usado para expandir a marca da loja para outras capitais do Brasil.
A Laep já havia investido US$ 10 milhões na Daslu em julho, após a empresa entrar com pedido de recuperação judicial, disse na semana passada uma pessoa envolvida nas negociações. A pessoa pediu anonimato porque, naquela data, não tinha autorização para falar sobre a operação.
Maior marca de luxo do Brasil, em julho de 2005 a empresa foi alvo de mandados de busca e apreensão em operação conduzida pela Polícia Federal e pela Receita Federal.
Eliana Tranchesi foi condenada a 94 anos e meio de prisão, sob a acusação de evasão fiscal. Depois de ser presa e recorrer da decisão, ela foi solta e aguarda sentença final em liberdade.
A Laep, fundada em 1994, já investiu em seis empresas de alimentos e varejo, incluindo a GDC Alimentos SA e Camil Alimentos SA, no Brasil, e a Eurocash SA, na Polônia, segundo o website da empresa. Em 2006, assumiu o controle da Parmalat no Brasil depois de se comprometer a pagar uma dívida de US$ 50 milhões. Em outubro de 2007, a companhia captou R$ 507,6 milhões com uma abertura de capital.