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Kroton pretende concluir venda da Uniasselvi até setembro

O presidente da Kroton afirmou que a empresa espera finalizar a venda da Uniasselvi até o mês de setembro


	Presidente da Kroton, Rodrigo Galindo: Galindo não adiantou os valores que vêm sendo negociados
 (REUTERS/Paulo Whitaker)

Presidente da Kroton, Rodrigo Galindo: Galindo não adiantou os valores que vêm sendo negociados (REUTERS/Paulo Whitaker)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2015 às 20h49.

Porto Alegre - O presidente da Kroton Educacional, Rodrigo Galindo, afirmou nesta segunda-feira, 13, que a empresa espera finalizar a venda da Uniasselvi até o mês de setembro.

"Está em processo avançado, esperamos concluir em junho a assinatura e em agosto ou setembro o fechamento do negócio", afirmou antes de participar do Fórum da Liberdade, na capital gaúcha.

A Kroton foi obrigada a se desfazer deste ativo após a fusão com a Anhanguera, por exigência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Galindo não adiantou os valores que vêm sendo negociados, mas disse que o processo envolve "vários players" nacionais e internacionais. "Estamos na penúltima fase. A negociação está avançada e competitiva, o que nos dá um conforto de que faremos uma boa venda", disse.

O executivo lembrou que o grupo não precisaria recorrer à venda do ativo, já que está numa situação "confortável" apesar das recentes mudanças do programa Fies, que impactaram o resultado das empresas do setor de educação - após o governo federal tornar mais rígidas as regras para conceder financiamento universitário.

Segundo Galindo, as matrículas "superaram expectativas" neste primeiro semestre, o que leva a Kroton a acreditar que chegará ao topo dos guidances divulgados para o período.

Ele informou que o grupo deve fechar o semestre com 110 mil novos alunos presenciais, mesmo número registrado de janeiro a junho de 2014. Desta forma, atingiria a estimativa divulgada ao mercado, que vai de -5% a zero.

No caso do crescimento da base de alunos, que inclui captação e retenção de estudantes presenciais e por EAD, a expectativa é de também ficar no topo da meta, que vai de um avanço de 3% a 5%.

Galindo também explicou que o Fies representava 55% da base de alunos presenciais da Kroton no ano passado - após a junção com a Anhanguera -, e a tendência é de que em 2015 este número caia.

De acordo com o executivo, dos 110 mil alunos previstos para o primeiro semestre deste ano, só 40 mil ingressariam pelo Fies. Além disso, a exposição da Kroton ao Fies é baixa se comparada a outras empresas do setor, devido à ampla penetração do grupo no mercado de ensino a distância, afirmou.

Para driblar as perdas advindas das mudanças no Fies, a Kroton está trabalhando na redução de custos operacionais e investindo em outros mecanismos para "segurar" o aluno. Este ano, a empresa criou o PEP (Parcelamento Especial Privado), que não terá incidência de juros. O programa valerá por um ano.

Depois, deverá firmar uma parceria com uma instituição financeira para lançar, em 2016, um novo programa de financiamento próprio, o FEP (Financiamento Educacional Privado), um produto de longo prazo que servirá de alternativa para os estudantes que não se enquadrarem no Fies. "As condições ainda não estão definidas, mas terá cobrança de juros. É um financiamento, já o PEP, que é provisório, funciona como um parcelamento", justificou.

Novo ministro

O presidente da Kroton aproveitou para comentar a entrada do acadêmico Renato Janine Ribeiro no Ministério da Educação. De acordo com o executivo, a expectativa é de que o novo ministro dê mais abertura para diálogo com a iniciativa privada, que, segundo Galindo, é responsável por 74% das matrículas do ensino superior.

"Qualquer política pública de ensino superior, se não for bem articulada com a iniciativa privada, tende a não ser bem sucedida", afirmou. Ele disse que a Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Ensino Superior (Abraes) está pleiteando um encontro dos representantes das empresas com Janine para as próximas semanas.

Sobre as mudanças ocorridas no Fies, ele avaliou que o principal problema foi a carência de informação.

"Estamos passando por um ano de ajuste fiscal, é natural que tenhamos a redução de contratos (do Fies)", avaliou. O que desagradou o setor foi a forma como esta redução aconteceu e a falta de diálogo no processo. "É isso que achamos que pode melhorar com a entrada do ministro."

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