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Kroton pode encerrar 2017 com lucro recorde

O grupo também vê potencial para acelerar o ritmo de matrículas no próximo ano

Kroton: grupo já deu a largada nas campanhas para captação de alunos e já vê sinais positivos (Kroton/Divulgação)

Kroton: grupo já deu a largada nas campanhas para captação de alunos e já vê sinais positivos (Kroton/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 10 de novembro de 2017 às 14h41.

Última atualização em 10 de novembro de 2017 às 14h41.

São Paulo - A Kroton está confiante de que pode encerrar 2017 com lucro recorde e vê potencial para acelerar o ritmo de matrículas no próximo ano, com a abertura de novos polos de ensino à distância (EAD) e novas unidades presenciais entrando no processo de captações de alunos.

"Esse ano bateremos o guidance", afirmou à Reuters nesta sexta-feira o diretor de Relações com Investidores da empresa, Carlos Lazar. Segundo ele, o lucro acumulado no ano até setembro, de 1,492 bilhão de reais, já é "o mais forte na história da companhia".

A Kroton já deu a largada nas campanhas para captação de alunos e já vê sinais positivos, com a estratégia de crescimento orgânico ajudando a impulsionar as matrículas no ano que vem. "Abriremos outros 200 polos EAD além dos 200 já abertos esse ano e teremos no início do ano que vem cerca de 1.300 polos", comentou.

No segmento presencial, seis novas unidades entraram no processo de captações e a Kroton espera chegar ao fim de 2018 com 28 novos campi, de acordo com ele.

Sobre planos de fusões e aquisições, Lazar disse que o grupo está continuamente buscando ativos e citou várias negociações em diferentes estágios, com destaque para a área de ensino básico.

No início de outubro, a Kroton informou em apresentação a investidores que tinha na mira 16 ativos no mercado premium de escolas de marca forte e grande alcance, dos quais três estavam em estágio avançado de negociação.

"Também não descartamos aquisições em ensino superior, mas notadamente olhamos para ativos de pequeno e médio porte em presencial", acrescentou Lazar.

Às 11:53, as ações do maior grupo de ensino superior privado do país cediam 2,88 por cento, cotadas a 17,51 reais, enquanto o Ibovespa recuava 1,18 por cento.

Base de alunos

Ao fim de setembro, a Kroton tinha uma base de 937.167 estudantes, dos quais 408.593 em presencial e 528.574 em EAD, conforme o balanço trimestral divulgado nesta manhã.

O total de alunos é 1,7 por cento menor ao observado um ano atrás, conforme o aumento das evasões e um número maior de formandos mais que compensaram as captações.

No terceiro trimestre, a taxa de evasão subiu para 13,6 por cento no presencial e 16 por cento no EAD, de 8,3 por cento e 12,4 por cento, respectivamente, um ano atrás, devido à postura mais criteriosa da empresa em procedimentos de cobrança.

Além disso, as rematrículas foram 3 por cento menores entre julho e setembro em cursos de graduação, afetadas pelo cenário econômico ainda desafiador e pelo elevado nível de desemprego.

Lazar alertou que a companhia já se prepara para uma mudança de mix na base de alunos, com o aumento das graduações de alunos Fies nos próximos anos. O programa de financiamento estudantil contribuiu com menos de 3 por cento da captação total em graduação no terceiro trimestre.

Com isso, a participação do Fies na base total de alunos de graduação da Kroton caiu a 16,4 por cento no fim de setembro, de 21,4 por cento um ano antes.

Questionado sobre o Novo Fies, aprovado pelo Senado Federal na quarta-feira, Lazar respondeu que ainda é cedo para estimar os efeitos das novas regras nos negócios da companhia. "Ainda temos que entender como o governo vai operacionalizar uma série de itens", disse, lembrando que o programa vem perdendo relevância nas captações desde 2015.

Por outro lado, o Parcelamento Estudantil Privado (PEP) é a aposta da companhia para impulsionar as matrículas. A Kroton tinha 51,9 mil alunos matriculados com PEP.

"O PEP hoje representa em torno de 15 por cento da base do presencial e a tendência é atingir até um terço da base em pelo menos dois a três anos", contou Lazar.

Mais cedo, a Kroton divulgou alta de 22,4 por cento no lucro líquido do terceiro trimestre, apoiada em um crescimento de 8 por cento da receita e contínuos esforços para eficiência em custos.

A companhia teve resultado líquido positivo de 450,8 milhões de reais de julho a setembro, ante 368,2 milhões de reais no mesmo intervalo de 2016. Em termos ajustados, a Kroton lucrou 529,7 milhões de reais no período, alta de 17 por cento na comparação anual.

O desempenho operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) subiu 10,7 por cento no terceiro trimestre, para 544,37 milhões de reais. Já o Ebitda ajustado foi de 576,78 milhões de reais, alta de 8,4 por cento ano a ano.

Em relatório, a equipe do UBS liderada por Maria Tereza Azevedo apontou que o Ebitda ajustado da Kroton ficou 6,7 por cento abaixo do esperado pelo banco, citando melhora marginal das margens em meio às condições macroeconômicas desafiadoras.

Separadamente, a Kroton anunciou nesta sexta-feira a distribuição de 171,3 milhões de reais em dividendos, ou R$0,1045081823 por ação ordinária, com pagamento até o dia 27 de novembro.

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