São Paulo – No próximo ano, as operações da Klabin manterão o foco no Brasil. Do total de investimentos programados para 2011, apenas 20% irão para o mercado externo, disse Horácio Piva, membro do conselho de administração da Klabin, no EXAME Fórum Rio de Janeiro, realizado hoje (14/12).

Segundo Piva, a ênfase no mercado interno é justificada pela conjugação de dois fatores econômicos. "O câmbio está ruim, e o mercado interno está melhor", afirmou.

Nos nove meses de 2010, o volume vendido no Brasil foi de 878.000 toneladas. Nesse contexto, o mercado doméstico ampliou seu peso nos negócios, representando 68% do total do volume vendido, versus 63% nos nove primeiros meses de 2009.

O faturamento esperado para 2011 é um pouco maior que o de 2010, segundo Piva. Nos nove primeiros meses de 2010, a companhia totalizou 1,3 milhão de toneladas vendidas, um aumento de 17% em comparação a igual período de 2009.

A Klabin prevê investimentos de 500 milhões de reais em 2011. O valor não inclui a fábrica de papel e celulose cuja instalação vem sendo estudada pela empresa. A ideia inicial é não construí-la no próximo ano, segundo Piva, mas se isso acontecer haverá investimentos extras.

Novo governo

Em decorrência do novo governo, o empresariado vive um momento misto de incertezas e animação, segundo Piva. "Estamos entrando numa era de incertezas, mas as empresas brasileiras estão bem intencionadas, há demanda para tudo", disse Piva. Segundo o conselheiro, os empresários seguem sem saber como será o ajuste fiscal, incomodados com o câmbio e esperançosos de o ajuste fiscal levar a uma redução nos juros.