Klabin: Schvartsman comentou ainda que a Klabin deve iniciar um processo de internacionalização (K/Divulgação)
Reuters
Publicado em 28 de abril de 2017 às 15h47.
São Paulo - A Klabin ainda tem pela frente pelo menos cinco trimestres de forte crescimento na geração de caixa, impulsionada por avanços de preços de seus produtos e por ganhos de eficiência, afirmou nesta sexta-feira o presidente demissionário da produtora de papel para embalagens e de celulose, Fabio Schvartsman.
"Temos pelo menos mais cinco trimestres de crescimento importante de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)", disse em teleconferência com analistas Schvartsman, que passará a presidir a mineradora Vale em maio.
A Klabin divulgou na véspera alta de 5 por cento no Ebitda do primeiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, a 539 milhões de reais.
As units da companhia aceleravam ganhos após os comentários do executivo, chegando a subir 1,9 por cento. Às 15:00, as ações subiam 0.7 por cento, enquanto o Ibovespa tinha valorização de 0,86 por cento.
O desempenho da Klabin e os comentários dos executivos da empresa foram recebidos com maior otimismo por analistas do mercado.
Os analistas do BTG Pactual Leonardo Correa e Caio Ribeiro citaram as iniciativas de custo da companhia e os comentários sobre crescimento de Ebitda de dois dígitos nos próximos trimestre em nota a clientes.
Enquanto isso, os analistas Ivano Westin, Renan Criscio e Rafael Cunha, do Credit Suisse, elogiaram também em nota a clientes o desempenho da Klabin, citando que a estratégia de crescimento tem sido entregue e que a empresa deverá reduzir a dívida nos próximos trimestres.
Durante a teleconferência, Schvartsman comentou ainda que a Klabin deve iniciar um processo de internacionalização e que as opções de fusão e aquisição ou crescimento orgânico não estão descartadas.
Por sua vez, o novo presidente da Klabin, Cristiano Teixeira, comentou que a fábrica de celulose da companhia retomou atividade após parada para manutenção no primeiro trimestre e que está operando com 100 por cento da capacidade de 1,4 milhão de toneladas anuais.
Teixeira afirmou ainda a produção de celulose de tipo fluff, usada em produtos como fraldas, tem recebido demanda acima da capacidade de oferta da empresa e que os preços devem avançar nos próximos meses. Ele estimou em 250 mil toneladas o volume de vendas de celulose fluff neste ano e de 350 mil em 2018.
Com isso, Schvartsman avaliou que a Klabin precisará rever sua atuação no mercado de celulose fluff, mas não mencionou especificamente se a empresa poderá, por exemplo, investir em aumento de capacidade produtiva.
"Esperávamos uma coisa mais fraca no mercado brasileiro e menos alternativas no mercado internacional. Mas agora estamos vendo demanda forte no mercado local e internacional, o que está nos levando a rever nossa atuação e muito provavelmente chegaremos rapidamente ao total de fluff que a Klabin poderá produzir", disse Schvartsman.