Negócios

KIA mantém estudo para fábrica no Brasil, mas critica regime

A marca, presente no Brasil há 20 anos, atua com importação no país e vendeu mais de 77 mil automóveis em 2011

Logotipo da KIA (Petr Josek/Reuters)

Logotipo da KIA (Petr Josek/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2012 às 13h22.

São Paulo- A KIA Motors mantém planos de construir uma fábrica no Brasil, mas as intenções foram atingidas pela aprovação do novo regime automotivo brasileiro pelo governo, que impôs quotas de importação bem abaixo do volume atualmente vendido pela fabricante sul-coreana no país.

A marca, presente no Brasil há 20 anos, atua com importação no país e vendeu mais de 77 mil automóveis em 2011. Para 2013, a quota de importadores definida pelo regime nacional é de 4.800 unidades sem incidência de carga de 30 pontos percentuais de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

"O Brasil precisa de um regime, mas não concordamos com a quota e os 30 pontos de IPI são absolutamente exagerados", disse o presidente da Kia no Brasil, José Luiz Gandini.

"O justo seria levar em conta o histórico (de importação de cada marca), distribuindo quotas proporcionais a cada empresa", afirmou, acrescentando que a média de emplacamentos da Kia no Brasil nos últimos três anos foi de 52 mil carros.

Segundo ele, para 2013, a expectativa da Kia no Brasil é manter os cerca de 50 mil carros deste ano. A empresa, em 2011, havia traçado meta de vendas de 100 mil veículos este ano, antes do governo elevar impostos sobre veículos importados.

Gandini afirmou não ser estratégia da Kia produzir veículos na recém-inaugurada fábrica da Hyundai em Piracicaba (SP), que integra o mesmo grupo sul-coreano.

"Eles não querem fazer algo pequeno (...) Eles têm convicção que o Brasil é um país onde eles precisam estar, porque está caminhando para se tornar o terceiro maior mercado interno do mundo", disse Gandini.

Ele afirmou ainda que, após o aumento da tributação, a Kia no Brasil reduziu margens e cortou verbas publicitárias.

O executivo disse que não pretende tirar nenhum modelo do mercado brasileiro, mas, se a Kia optar por não construir uma fábrica, a distribuição no país pode ser forçada a ter o mix de produtos alterado, com foco em modelos mais caros, voltados a um público menos sensível a preços.

Gandini afirmou também que seu grupo, que detém exclusividade nas vendas da marca no Brasil, foi o maior distribuidor independente da Kia no mundo em 2011.

A empresa tem 172 concessionárias Kia no Brasil e recolheu em 2011 2,1 bilhões de reais em impostos. O grupo de Gandini foi responsável por 45 por cento das importações da Abeiva, associação que representa marcas sem fábricas no Brasil.

"Não há dúvidas que fomos os mais prejudicados com o regime (automotivo)", disse o executivo. "Mas não vamos jogar tudo o que construímos fora, continuaremos com a marca." (Por Alberto Alerigi Jr.)

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarrosCarros importadosEmpresasEmpresas coreanasImpostosIncentivos fiscaisIndústriaIndústrias em geralIPIKia MotorsLeãoVeículos

Mais de Negócios

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem

Empresa cresce num mercado bilionário que poupa até 50% o custo com aluguel

Como esta administradora independente já vendeu R$ 1 bilhão em consórcios