Modelo posando com um look da Kate Spade durante um desfile em Nova York, Estados Unidos (Astrid Stawiarz/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2013 às 21h54.
Nova York - A Kate Spade, a marca de moda propriedade da Fifth Pacific Cos., poderia se tornar o próximo acessório obrigatório para os adquirentes na indústria varejista.
Em outubro, a Fifth Pacific concordou em vender a propriedade intelectual da Juicy Couture e também gerou interesse pela Lucky Brand. Após uma venda das unidades, a Kate Spade seria a marca primária da companhia e poderia despertar o interesse de compra de companhias de aquisições ou de outras varejistas, disse a SunTrust Banks Inc.. A Coach Inc. seria uma candidata lógica a adquirir a fabricante de bolsas de design, disse a Wedbush Inc.
As vendas da Kate Spade, incluindo as online, cresceram mais de 20 por cento por 12 trimestres consecutivos, segundo dados compilados pela Bloomberg. As companhias de private-equity poderiam se sentir atraídas pela marca, pois ela ainda possui espaço para se expandir nos EUA e internacionalmente, disse a Brean Capital LLC. Em uma venda, a marca poderia superar o valor de mercado atual da Fifth Pacific, de US$ 4 bilhões, segundo o Sterne Agee Group Inc.
Sem a Lucky e a Juicy, a Kate Spade “é um caso muito mais claro”, disse Corinna Freedman, analista da Wedbush sediada em Nova York, em entrevista por telefone. “Há uma grande lista de potenciais pretendentes”.
Jane Randel, porta-voz da Fifth Pacific, sediada em Nova York, não quis fazer comentários quando foi consultada sobre o processo de venda da Lucky e o potencial de venda da Kate Spade ou da companhia inteira.
Diminuindo
A Fifth Pacific, antes chamada Liz Claiborne Inc., mudou de nome no ano passado após vender a sua marca homônima à J.C. Penney Co. O presidente da Fifth Pacific, William McComb, reduziu a carteira da companhia de mais de trinta marcas em 2006, quando ele assumiu o cargo, para apenas quatro em 2013: a Juicy Couture, a Lucky Brand, a Kate Spade e a linha de joias Adelington Design Group.
Ontem, o Wall Street Journal informou que a Golden Gate Capital, a Lion Capital LLP, a Marlin Equity Partners e a Authentic Brands estão concorrendo para comprar a Lucky Brand. O jornal citou fontes anônimas do setor. Em 7 de novembro, a Fifth Pacific disse no seu relatório de lucros que não estava preparada para comentar sobre decisões vinculadas a Lucky.
Após a venda da Lucky, os pretendentes poderiam ficar de olho na marca Kate Spade, que cresce mais rápido, disse Pamela Quintiliano, analista da SunTrust sediada em Nova York. Nos primeiros nove meses deste ano, as vendas da Juicy, incluindo o comércio eletrônico, caíram 2,8 por cento frente ao mesmo período do ano anterior, ao passo que as da Lucky aumentaram 1,2 por cento. As vendas da Kate Spade cresceram 27 por cento no mesmo período.
Potencial de crescimento
“Se a Lucky fosse tão genial, eles não quereriam se desfazer dela”, disse Quintiliano em entrevista por telefone. “Não é terrível, mas ela não possui o potencial de crescimento da Kate”.
Os pretendentes de private-equity poderiam ser atraídos à Kate Spade diante da chance de acelerarem a expansão da marca nos EUA e no exterior, disse Eric Beder da Brean Capital. As lojas especializadas da Kate Spade nos EUA, que chegaram a 107 no final do terceiro trimestre, poderiam ser duplicadas, e também há oportunidades para fortalecer sua presença na Europa e na Ásia, disse Beder.
Ike Boruchow, analista da Sterne Agee sediado em Nova York, estima que a Kate Spade possa obter cerca de US$ 4,4 bilhões em uma aquisição. A Kate Spade é “o caso número um de crescimento”, disse Boruchow, em entrevista por telefone. “Simplesmente seria muito caro”.