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Justiça manda bloquear R$ 300 mi da Samarco por desastre

Dinheiro deve ser usado para cobrir danos causados às vítimas do rompimento de duas barragens de rejeitos de mineração em Mariana


	Lama de barragens da Samarco: 18 pessoas ainda estão desaparecidas após o rompimento dos depósitos
 (Corpo de Bombeiros/MG - Divulgação)

Lama de barragens da Samarco: 18 pessoas ainda estão desaparecidas após o rompimento dos depósitos (Corpo de Bombeiros/MG - Divulgação)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 13 de novembro de 2015 às 16h58.

São Paulo - O Tribunal de Justiça de Minas Gerais determinou o bloqueio de 300 milhões de reais na conta da Samarco para a recuperação de danos causados às vítimas do rompimento de duas barragens de rejeitos de mineração em Mariana (MG).

A decisão do juiz Frederico Esteves Duarte Gonçalves foi tomada a pedido do Ministério Público do estado.

No despacho, ele afirmou que, por responsabilidade civil, a companhia deve indenizar a população atingida pelo desastre ambiental ainda que não haja uma investigação quanto à existência de culpa.

Na ação civil pública, o MP lembrava que mais de 500 pessoas estão desabrigadas por causa do ocorrido e que 180 casas foram destruídas no distrito de Bento Gonçalves, além de automóveis e plantações.

Até agora, sete mortes foram confirmadas. Dois corpos ainda aguardam identificação e há 18 desaparecidos.

Justificativa

O bloqueio imediato do dinheiro foi justificado pelo juiz devido à demora para o encerramento de processos indenizatórios na Justiça e também à possibilidade de que as ações da Samarco em bolsa caiam em meio ao escândalo.

"O futuro da saúde financeira da Samarco, a meu exame, é altamente incerto", concluiu.

Ele ressaltou também que o valor de 300 milhões de reais "é compatível com a extensão do dano" e que representa pouco mais de 4% do faturamento anual da companhia, que foi de 7,5 bilhões de reais em 2014. No mesmo período, o lucro da mineradora alcançou 2,8 bilhões de reais.

O magistrado também escreveu que a questão requer cuidado para que a Samarco não seja "demonizada" diante da "intensa comoção social", já que ela é uma empresa regularmente estabelecida há anos e “que, no cumprimento de seu objeto social, gera empregos diretos e indiretos e tributos, revelando-se como importante player das economias local, regional e brasileira”.

A Samarco é controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP.

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