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Justiça japonesa recusa conceder liberdade a Carlos Ghosn

O ex-presidente da Nissan está preso desde o dia 19 de novembro do ano passado por supostamente ocultar remunerações multimilionárias

Ghosn: o executivo é investigado por não ter declarado parte das sua remuneração em dois períodos, entre 2011 e 2015, e entre 2015 e 2018 (Divulgação/Divulgação)

Ghosn: o executivo é investigado por não ter declarado parte das sua remuneração em dois períodos, entre 2011 e 2015, e entre 2015 e 2018 (Divulgação/Divulgação)

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EFE

Publicado em 15 de janeiro de 2019 às 08h02.

Tóquio - Um tribunal do Japão rejeitou, nesta terça-feira, conceder a liberdade mediante ao pagamento de fiança ao ex-presidente da Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, preso há quase dois meses por supostamente ocultar remunerações multimilionárias e outras irregularidades.

A corte de Tóquio, responsável pelo caso, negou o pedido apresentado pelos advogados de Ghosn na última sexta-feira, quando finalizava o prazo de prisão provisória do empresário.

Ghosn, de 64 anos, está sob custódia das autoridades japonesas em um centro de detenção de Tóquio, desde o dia 19 de novembro do ano passado, e enfrenta acusações formais por não declarar parte das suas rendas acordadas com a empresa durante oito anos e violar a confiança da Nissan.

Desta forma, a decisão, que pode ainda ser recorrida pela defesa de Ghosn, aponta que o executivo permanecerá preso por pelo menos até o dia 10 de março, quando completará o prazo de dois meses depois da última acusação formal apresentada pela promotoria.

Seus próprios advogados reconheceram na semana passada, que é pouco provável que o brasileiro deixe a prisão antes do início do julgamento.

A complexidade do caso poderia fazer com que o processo de investigação prévia à abertura do julgamento se estenda por seis meses ou até um ano, afirmou um porta-voz da promotoria.

Contra Ghosn pesam duas acusações formais por não ter declarado parte das sua remuneração como executivo da Nissan Motor em dois períodos, entre 2011 e 2015, e entre 2015 e 2018.

A promotoria também acusa o brasileiro de ter violado a legislação empresarial japonesa ao utilizar a Nissan para cobrir uma série de perdas financeiras pessoais durante a crise de 2008 e por alguns supostos pagamentos injustificados para um empresário saudita.

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