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Justiça investiga se presidente da Samsung foi alvo de chantagem

A chantagem envolve vídeos em que o presidente do conglomerado, Lee Kun-hee, supostamente aparece em companhia de prostitutas

Lee Kun-hee: a empresa já reconheceu a existência da chantagem, mas negou que teria pago qualquer valor (Getty Images/Getty Images)

Lee Kun-hee: a empresa já reconheceu a existência da chantagem, mas negou que teria pago qualquer valor (Getty Images/Getty Images)

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EFE

Publicado em 14 de março de 2017 às 10h30.

Seul - A Justiça da Coreia do Sul está investigando se o Grupo Samsung pagou para uma série de indivíduos para que estes não divulgassem vídeos em que o presidente do conglomerado, Lee Kun-hee, supostamente aparece em companhia de prostitutas.

Concretamente, estão sendo analisadas uma série de transações no valor de vários milhões de wons para as pessoas suspeitas de terem chantageado a companhia sul-coreana, segundo indicaram nesta terça-feira fontes do Ministério Público à agência "Yonhap".

Há meses o escritório do promotor no distrito central de Seul investiga um ex-funcionário do conglomerado CJ, de sobrenome Seon, e um grupo de supostos cúmplices que aparentemente teriam chantageado o maior grupo empresarial do país (responsável por 20% do PIB nacional) em troca de não divulgar as imagens mencionadas.

Em julho do ano passado, o "Newstapa", um site sul-coreano de jornalismo investigativo independente, divulgou os vídeos e informou que o presidente da Samsung contratou serviços de prostituição, algo que é proibido na Coreia do Sul, em cinco ocasiões entre dezembro de 2011 e junho de 2013.

Nos vídeos, um homem que aparenta ser Lee é visto mantendo um diálogo com várias mulheres, que indicam que houve pagamento em troca de serviços sexuais.

O principal suspeito, Seon, foi detido no final de fevereiro sob suspeita de ter orquestrado a gravação dos vídeos e a chantagem à Samsung.

A própria empresa já reconheceu a existência da chantagem, mas negou que teria pago qualquer valor.

A promotoria continua investigando se, apesar da existência dos vídeos, Lee contratou efetivamente serviços de prostituição e também se as transações recebidas por Seon, de 56 anos, foram realizadas a partir das contas da Samsung ou do próprio presidente da companhia.

A empresa CJ, por sua vez, negou sua participação na trama e lembrou que Seon foi desligado da companhia após sua detenção.

No momento em que os vídeos foram gravados, entre 2011 e 2013, CJ e Samsung, que até 1993 faziam parte do mesmo conglomerado, mantinham uma disputa por conta dos ativos deixados em herança pelo pai do presidente e fundador do império, Lee Byung-chul, morto em 1987.

Lee Kun-hee, de 75 anos, sofreu em maio de 2014 um infarto que o mantém hospitalizado e sem fala.

Seu filho, Lee Jae-yong, assumiu as rédeas de Samsung até ser detido no mês passado por seu envolvimento no esquema de corrupção da "Rasputina", que abalou a Coreia do Sul e acabou levando ao impeachment da presidente sul-coreana Park Geun-hye.

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