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Justiça declara grupo francês Doux insolvente

A Doux foi prejudicada pelos aumentos dos preços de insumos agrícolas e pela competição acirrada no setor

Autoridades francesas e o banco de investimentos Barclays, que foram mobilizados para tentar encontrar uma forma de manter a companhia funcionando (Tamires Kopp/EXAME.com)

Autoridades francesas e o banco de investimentos Barclays, que foram mobilizados para tentar encontrar uma forma de manter a companhia funcionando (Tamires Kopp/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2012 às 22h22.

Quimper  - O grupo francês Doux, que atua com produção e processamento de frango, foi declarado insolvente pela Justiça nesta sexta-feira por não conseguir chegar a um acordo com credores. No início do dia, a empresa chegou a anunciar que iria suspender pagamentos e recorrer a um tribunal comercial em Brittany, no oeste da França.

Sindicatos agrários estimam a dívida da Doux em mais de 430 milhões de euros, incluindo 300 milhões de euros da subsidiária brasileira Frangosul. A companhia, que tem capital fechado, pertence à família Doux (80%) e ao banco BNP Paribas (20%).

A Doux afirmou que "um administrador nomeado pelo tribunal vai ajudar a companhia a finalizar um plano para continuar com as operações na França tentando salvar empregos e a manter os negócios". A Doux emprega 10 mil pessoas, sendo 3,4 mil só na França.

Autoridades francesas e o banco de investimentos Barclays, que foram mobilizados para tentar encontrar uma forma de manter a companhia funcionando, responsabilizam o presidente da empresa, Charles Doux, pelos problemas. Segundo um comunicado emitido por ministros de reindustrialização e agricultura, o executivo teria recusado uma proposta de ajuda financeira de 35 milhões de euros. A companhia recebe anualmente 59 milhões de euros em subsídios agrícolas da União Europeia e deve cerca de 20 milhões ao Barclays.

"Essa decisão é de total responsabilidade dele", disseram os ministros. O Barclays manifestou estar "extremamente decepcionado com a decisão", pois ela foi tomada sem consultar as partes que trabalham para resgatar a companhia. No entanto, Jean-Charles Doux, um dos diretores da companhia e filho do presidente, disse que tal proposta "foi baseada em soluções de curto prazo que ofereceriam garantias insuficientes para a continuação das operações e para a preservação dos históricos interesses regionais da empresa."

A Doux foi prejudicada pelos aumentos dos preços de insumos agrícolas e pela competição acirrada no setor, que reduziram as pequenas margens de lucro e tornaram as dívidas insustentáveis. A maior parte da dívida foi gerada no Brasil.

A empresa disse que vai elaborar um plano para ajudar "fornecedores estratégicos e criadores para que eles não sofram qualquer dificuldade". Segundo uma federação do setor, de 700 a 800 criadores de aves têm contratos com o grupo francês. As informações são da Dow Jones.

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