Construção da Lâmina Central do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, da Delta Construção (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2012 às 20h07.
São Paulo - A Justiça do Rio de Janeiro aceitou nesta segunda-feira o pedido de recuperação judicial feito pela construtora Delta, que está no epicentro das investigações sobre as relações do empresário Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados.
Em sua decisão, a juíza Maria da Penha Nobre Mauro, da 5a Vara Empresarial do Rio de Janeiro, argumenta que a eventual falência da Delta não interessa "à sociedade como um todo".
"O desaparecimento do Grupo Delta, ademais, não significaria a punição dos culpados pelos crimes de corrupção eventualmente praticados, e sim a punição da própria sociedade, haja vista o desemprego e a perda de arrecadação fiscal", disse a magistrada.
"Se nessa história toda que se divulga maciçamente pela imprensa há culpados, sócios, diretores ou colaboradores das empresas, que sejam eles punidos exemplarmente."
A Delta, que segundo a Polícia Federal teria sido usada pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para lavar dinheiro obtido com jogos ilegais, pediu recuperação judicial no começo do mês, depois que fracassaram as negociações de venda da empresa para a holding J&F, controladora do frigorífico JBS.
A construtora, que tocava várias obras incluindo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), foi declarada inidônea na semana passada pela Controladoria Geral da União (CGU), o que impede a empresa de assinar contratos com a administração pública.
A empresa é acusada de ter Cachoeira como sócio oculto e é alvo de uma CPI que investiga as relações de Cachoeira com políticos e empresas.