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JPMorgan discute unidade em Dublin como opção ao Brexit

O plano de tirar o Reino Unido do mercado único europeu levou bancos a começarem a buscar a realocação de empregos para outros países da UE

JPMorgan: “Queremos ver como as negociações avançam. Não foi tomada nenhuma decisão final" (Dylan Martinez/Reuters)

JPMorgan: “Queremos ver como as negociações avançam. Não foi tomada nenhuma decisão final" (Dylan Martinez/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2017 às 15h52.

Londres - O JPMorgan negocia a compra de um edifício de escritórios em Dublin em um momento em que avalia uma possível expansão na capital da Irlanda como uma de suas opções para quando o Reino Unido abandonar a União Europeia, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

O banco está negociando a possível aquisição de um edifício que está sendo erguido por uma joint venture entre a empresa Kennedy Wilson Holdings e a Agência Nacional de Gestão de Ativos da Irlanda (Nama, na sigla em inglês), disseram as pessoas, que pediram anonimato porque os planos são privados.

O edifício, 200 Capital Dock, terá cerca de 12.000 metros quadrados de espaço, disseram as pessoas, o suficiente para mais de 1.000 trabalhadores.

“Certamente há outras opções na mesa”, informou o JPMorgan em comunicado, reiterando comentários feitos há duas semanas. “Queremos ver como as negociações avançam. Não foi tomada nenhuma decisão final.”

A Nama e a Kennedy Wilson preferiram não comentar.

O plano da primeira-ministra britânica, Theresa May, de tirar o Reino Unido do mercado único europeu levou bancos e seguradoras internacionais a começarem a buscar a realocação de empregos para outros países da UE.

As estimativas a respeito do número de pessoas que poderiam ser transferidas vão de 4.000 a mais de 200.000.

O Citigroup poderá transferir alguns de seus milhares de trabalhadores de Londres para fora da cidade e criar uma nova unidade de trading dentro da União Europeia, escreveu Jim Cowles, chefe do banco para Europa, Oriente Médio e África, em um memorando interno obtido pela Bloomberg. A firma manterá Londres como sede da divisão, escreveu ele.

“Os bancos não podem esperar dois anos ou mais para fechar um acordo a respeito dos direitos de passaporte ou equivalências”, disse Bruce Dear, chefe de imóveis em Londres do escritório de advocacia Eversheds Sutherland International, por telefone.

“Eles precisam colocar os planos de contingência em prática agora.”

A maioria dos bancos está realocando até 1.000 trabalhadores inicialmente para cidades como Dublin, Madri e Amsterdã, sendo que Paris e Frankfurt ocupam lugares inferiores na lista, disse Mike Prew, analista do Jefferies Group, por e-mail.

Mais bancos realocarão trabalhadores nos próximos dois anos, disse ele. O Lloyd’s of London informou na quinta-feira que abriria uma unidade concentradora da UE em Bruxelas no início de 2019.

Dublin está entre os lugares considerados pelo JPMorgan para um centro de operações maior na UE após o referendo do Brexit.

Antes do referendo realizado em 23 de junho, o CEO Jamie Dimon disse à equipe britânica que até 4.000 pessoas poderiam ser realocadas na eventualidade de Brexit.

Em janeiro, ele afirmou que esse número poderia ser ainda maior -- ou menor -- dependendo do resultado das negociações do governo.

“É inevitável pedir que alguns funcionários considerem a possibilidade de realocação”, disseram Daniel Pinto, chefe de banco de investimento do JPMorgan, e Mary Callahan Erdoes, CEO de gestão de ativos, em comunicado para a equipe visto pela Bloomberg.

“Com nosso tamanho, nossa escala e nossa presença atual em todo o continente, temos alternativas em termos de localização e de estrutura da entidade jurídica.”

O jornal Irish Independent publicou anteriormente, nesta quinta-feira, que o banco dos EUA poderá transferir alguns funcionários para o edifício Capital Dock.

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