Os novos proprietários reafirmaram que têm intenção de que o site do jornal econômico continue funcionando e querem lançar um jornal semanal a partir de abril (Martin Bureau/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2012 às 12h05.
Paris - Por conta de seus constantes prejuízos financeiros, o jornal econômico francês La Tribune publicou nesta segunda-feira seu último número, no mesmo dia em que a Justiça decidiu vendê-lo a um consórcio do setor da imprensa que tem intenção de torná-lo semanal, com menos de um terço de sua equipe.
O Tribunal de Comércio de Paris designou o La Tribune, que havia decretado falência em dezembro, à associação formada por France Économie Régions (FRE) e Hi-Media, um dos dois candidatos para sua compra, que pretende manter 50 dos 165 funcionários que trabalhavam no jornal.
Os novos proprietários reafirmaram que têm intenção de que o site do jornal econômico continue funcionando e querem lançar um jornal semanal a partir de abril, para o qual pretendem investir 7 milhões de euros, que se somarão aos 150 mil que devem abonar pela aquisição.
Fundado há 27 anos, o La Tribune atribuiu seu fim na edição desta segunda por à crise do setor que levou à 'redução das vendas, queda da publicidade e dos custos de distribuição'.
Em sua breve história teve seis donos. Em 1993, em um momento no qual já passava por grandes dificuldades, o gigante mundial de luxo LVMH assumiu seu controle, mas não conseguiu evitar as perdas de 1 milhão de euros mensais.
Em 2007, o LVMH comprou o grande concorrente do La Tribune, outro jornal econômico da França, o Les Echos, e vendeu o primeiro ao grupo do empresário Alain Weill, que tinha intenção de estabelecer um programa de cooperação com suas emissoras de rádio e canais de televisão.
No entanto, antes do fracasso dessa estratégia, Weill se negou a continuar perdendo 1 milhão de euros mensais e cedeu 80% do capital de La Tribune à diretora, Valérie Decamp, pelo valor simbólico de 1 euro em 2010.
A partir de então, quando o La Tribune vendia aproximadamente 66 mil exemplares diários (contra cerca de 105 mil em 2000), a queda da publicação foi constante: em janeiro de 2011 ficou sob administração judicial e a Justiça declarou sua falência em dezembro.