Negócios

Johnson & Johnson fará cisão para se concentrar na área farmacêutica

A iniciativa da maior empresa de produtos de saúde do mundo vem após anúncios similares nesta semana dos conglomerados Toshiba e General Electric

 (David Benito/Getty Images)

(David Benito/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 12 de novembro de 2021 às 15h32.

A Johnson & Johnson planeja cindir sua divisão de saúde ao consumidor que vende Listerine e talco para bebês para se concentrar em produtos farmacêuticos e dispositivos médicos na maior sacudida na história de 135 anos da empresa dos EUA.

A iniciativa da maior empresa de produtos de saúde do mundo vem após anúncios similares nesta semana dos conglomerados Toshiba e General Electric e mostra que corporações diversificadas estão sob pressão para simplificar.

"A nova Johnson & Johnson e a nova empresa de saúde ao consumidor seriam capazes de alocar recursos de forma mais eficaz para atender pacientes e consumidores, impulsionar o crescimento e desbloquear um valor significativo", disse Joaquin Duato, que deve se tornar preidente-executivo em janeiro.

A empresa pretende concluir a cisão em 18 a 24 meses.

Seu negócio de equipamentos que produz tratamentos de câncer, vacinas e instrumentos cirúrgicos, está a caminho de quase 80 bilhões de dólares em vendas este ano, muito acima dos 15 bilhões de dólares que seus produtos de consumo devem gerar.

A perspectiva de crescimento mais alto ocorre apesar das vendas decepcionantes da vacina contra Covid-19 da Johnson & Johnson, após uma série de retrocessos na produção e competição feroz de rivais como Pfizer e Moderna.

A divisão de consumo da Johnson & Johnson enfrentou uma série de ações judiciais alegando que seu pó de talco para bebês causa câncer, o que a empresa negou.

A companhia criou uma unidade para administrar as reivindicações bilionárias e o presidente-executivo Alex Gorsky disse nesta sexta-feira que a decisão de cindir a divisão de consumo não tinha a ver com os processos. Ela parou de vender o talco para bebês nos Estados Unidos e Canadá no ano passado.

A divisão de dispositivos médicos e farmacêutica também enfrentou ações judiciais por alguns produtos.

A Johnson & Johnson disse em outubro que resolveu a maioria das ações judiciais que enfrentou de milhares de homens que alegaram que sua droga anti-psicótica Risperdal os levou a desenvolver tecido mamário excessivo. A empresa registrou 800 milhões de dólares em despesas relacionadas ao acordo.

Jeff Jonas, gerente de ativos da Gamco Investors, disse que uma cisão permitiria à empresa fazer mais aquisições.

O futuro do varejo é 100% digital? Entenda assinando a EXAME por menos de R$ 11/mês.

Acompanhe tudo sobre:Indústria farmacêuticaJohnson & JohnsonSetor farmacêutico

Mais de Negócios

Jurada do Shark Tank, ela transformou US$ 60 mil em dívidas em um negócio que fatura US$ 100 milhões

Startup quer facilitar a compra da casa própria e mira faturar R$ 17 milhões

Startup do Recife cria “leilão reverso” para vender seguro de vida mais barato e personalizado

JD.com e Tmall superam expectativas no Double 11 com alta de vendas e recordes