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João Carlos di Genio, fundador do grupo Unip/Objetivo, morre aos 82 anos

Di Genio foi um dos pioneiros da educação privada no Brasil

Di Genio, que faria 83 anos no próximo dia 27, deixa esposa e três filhos. (Unip/Divulgação)

Di Genio, que faria 83 anos no próximo dia 27, deixa esposa e três filhos. (Unip/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de fevereiro de 2022 às 09h45.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2022 às 15h58.

João Carlos Di Genio, fundador do grupo Unip/Objetivo, um dos maiores grupos de educação do país, morreu neste sábado, 12, aos 82 anos, em São Paulo. O empresário, que morreu de causas naturais, deixa esposa e três filhos.

Di Genio passou em 1º lugar em medicina, em duas universidades, em 1961. Ainda estudante passou a dar aulas de física em curso preparatório para os vestibulares de medicina (CESCEM).

Em 1965, ele e alguns professores e colegas de faculdade de Medicina da USP decidiram abrir o próprio curso e deram o nome de Objetivo. Di Genio formou-se médico, mas escolheu continuar como professor.

Em 1971 abriu o Colégio Objetivo e no ano seguinte as faculdades Objetivo que se transformaram, em 1988, na Universidade Paulista-UNIP.

Por ser portador de elevado QI, sempre se preocupou em cuidar das crianças superdotadas e/ou altamente habilidosas. Dizia que a inteligência e os talentos deveriam ser tratados como a riqueza de um país.

Di Genio deu suporte e cuidou de crianças portadoras de variadas síndromes, que estudavam com os demais alunos. Ele sempre se empenhou para que as clínicas psicológicas da UNIP oferecessem todo o suporte e todo o atendimento a essas crianças tão especiais.

Nas décadas de 1970 e 1980, Di Genio criou um Centro de Pesquisa e Tecnologia (CPT) e o Programa Objetivo de Incentivo ao Talento (POIT), com cursos de robótica, arte, criatividade, para crianças. Criou o Teatro-laboratório, que unia palco, tecnologia arte e ciência.

Na década de 1980, abriu escolas em plena natureza, uma em Angra dos Reis-RJ (Escola do Mar); outra às margens do Rio Negro, no Amazonas, (Escola da Natureza); e outra no Lago Paranoá, em Brasília-DF. Os alunos passavam dias em barcos-laboratórios e andando em meio à natureza, para realizar pesquisas.

Di Genio, em 1972, criou um festival de música (FICO), que dura 50 anos e projetou muitos artistas hoje consagrados.

No início de 1990, ofereceu aulas por satélite a estudantes de todo o Brasil. Aulas por telefone, via ondas de rádio e pela internet foram recursos de ensino a distância utilizados pelo Objetivo desde a década de 1980. Em 2009, nasceu o Colégio Objetivo Integrado e, neste ano de 2022, a Unip abriu o Curso de Medicina.

Homenagem

“Di Genio foi um visionário e uma das figuras mais importantes na construção do ensino superior privado brasileiro", disse Rodrigo Galindo, CEO da Cogna.

"O Brasil acordou menos inteligente hoje. Deixou-nos um dos homens mais brilhantes de sua geração, um verdadeiro revolucionário da educação: João Carlos Di Genio. Tudo o que sei sobre educação, aprendi com ele, a partir do seu exemplo. Tenho orgulho de ter sido discípulo de um mestre inovador, visionário e realizador", disse Chaim Zaher, presidente grupo Sistema Educacional Brasileiro (SEB).

"Devemos muito a esse homem que trazia a genialidade inscrita no próprio nome. O Brasil perde um grande brasileiro, e eu perco também um amigo e compadre, meu padrinho de casamento. Di Genio fará falta na educação e deixará saudades. Fica aqui minha eterna gratidão pela oportunidade e ensinamentos", completou.

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