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JBS sinaliza carne mais cara com pressões de custos nos EUA

Maior empresa de proteína animal do mundo sofre com escassez de mão de obra; "No passado, conseguiríamos rodar as plantas todos os sábados. Isso não é possível hoje", afirma CEO

Fábrica da JBS | Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters)

Fábrica da JBS | Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 11 de novembro de 2021 às 15h23.

Última atualização em 11 de novembro de 2021 às 19h37.

A escassez de mão de obra nos Estados Unidos deve tornar ainda mais caro o preço da carne, segundo previsões da maior empresa de proteína animal do mundo, a JBS (JBSS3). Em conferência com investidores nesta quinta-feira, 11, após a divulgação do resultado do terceiro trimestre, o time de executivos da companhia admitiu que vem sofrendo com pressões de custos.

"O impacto da mão de obra hoje não é só uma questão americana, talvez mais aguda nos Estados Unidos, mas está afetando praticamente todos os países desenvolvidos do mundo. Isso certamente afetou o resultado na Europa, Canadá e Austrália", disse André Nogueira, CEO da JBS USA.

Segundo ele, a baixa oferta de mão de obra já tem afetado a produção. "No passado, conseguiríamos rodar as plantas todos os sábados. Isso não é possível hoje. Se tentar rodar todo sábado, perdemos mão de obra, que não quer esse tipo de carga de horário", comenta.

A escassez de recursos humanos tem afetado não só a JBS, mas toda sua cadeira de abastecimento, diz o executivo. "Estamos tendo grande dificuldade com motoristas de caminhão tanto nos Estados Unidos, Austrália, Canadá e Europa."

No terceiro trimestre, a JBS aumentou em 380 milhões de dólares seus gastos operacionais. Só em frete e estocagem, os números foram 25% superiores ao registrado no mesmo período do ano passado. "Temos conseguido repassar isso no preço, mas, claramente, inflação e pressão de custos está em todos lugares nos Estados Unidos", afirma Nogueira.

O repasse da alta de preços ajudou a impulsionar a receita da companhia, que bateu 92,6 bilhões de reais no terceiro trimestre, 32,2% acima do mesmo período de 2020. Os principais incrementos de receita nominal foi na divisão JBS USA BEEF, que cresceu em cerca de 10 bilhões de reais. Em segundo, foi a divisão brasileira, que contempla as marcas Friboi e Swift, que aumentou sua receita em 4 bilhões de reais.

Apesar da pressão de custos nos Estados Unidos, as operações americanas de carne bovina tiveram a melhor margem Ebitda entre as divisões da empresa, ficando em 21,8%. No Brasil, onde o ciclo do gado está em posição menos favorável ao americano, a margem da JBS foi de 6,1%, a menor do grupo.

Listagem nos Estados Unidos

Os executivos também comentaram sobre os planos para listagem de suas ações no mercado americano. "A listagem continua sendo uma prioridade para nós. Não é uma questão de se vamos fazer, mas de quando. Nossa visão é de que, se nada atrapalhar, vamos estar listados no próximo ano", afirma Gilberto Tomazoni, CEO da JBS Global.

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