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JBS prevê alta de 22% em suas exportações de carne bovina em 2018

O prognóstico da JBS supera a expectativa da Abiec para os embarques do país, de alta de quase 10%

JBS: "Para o Chile, (a exportação da JBS) deve crescer 40 a 50%" (Ueslei Marcelino/Reuters)

JBS: "Para o Chile, (a exportação da JBS) deve crescer 40 a 50%" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 15h38.

Santana de Parnaíba - A empresa de alimentos JBS prevê alta de 22 por cento em suas exportações de carne bovina in natura do Brasil em 2018, ajudada pelo crescimento de vendas em mercados como China, Egito e Chile, afirmou nesta terça-feira o presidente da unidade de carnes da companhia no país, Renato Costa.

"Para o Chile, (a exportação da JBS) deve crescer 40 a 50 por cento", afirmou o executivo à Reuters durante inauguração da renovação de unidade de produção de charque da companhia em Santana de Parnaíba (SP). Ele destacou, contudo, que o crescimento para a China também seguirá importante, com previsão de alta de 30 por cento, para cerca de 170 mil toneladas por ano.

O prognóstico da JBS supera a expectativa da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) para os embarques do país, de alta de quase 10 por cento, que contempla também processados e a retomada de exportações de carne bovina in natura para os Estados Unidos, entre outros fatores.

"Nós fechamos nosso orçamento e trabalhamos com o que temos", afirmou Costa ao justificar sua estimativa, que não prevê reaberturas ou novos mercados.

De olho nesse crescimento dos embarques e na expectativa de alguma melhora no mercado doméstico, apoiada na previsão de crescimento da economia e menor desemprego, a divisão de carnes da JBS no país também trabalha com um cenário de recuperação no ritmo de abates.

Segundo Costa, o volume de abate no próximo ano deve voltar para uma média de 30 mil cabeças por dia ante média de 25 mil esperada para 2017.

O ano foi tumultuado para a JBS e o setor como um todo, com a lista de adversidades incluindo a operação Carne Fraca da Polícia Federal, delações de executivos da companhia envolvendo o presidente Michel Temer e prisão dos principais executivos controladores da empresa, além de embargos de Rússia e Estados Unidos.

Em encontro com analistas e investidores no começo do mês,o executivo-chefe global de operações da JBS, Gilberto Tomazoni,destacou que a unidade de carnes foi a mais impactada pelos últimos acontecimentos envolvendo a companhia, mas ressaltou que a empresa vai recuperar a participação que tinha tanto no mercado brasileiro como nas exportações.

As operações com bovinos no Brasil, tiveram baixa de quase 79 por cento no Ebitda no terceiro trimestre, com a receita recuando 24 por cento. A companhia diz que tem focado nos canais e cortes mais rentáveis, valorizando o mix de produtos, o que proporcionou um aumento de 11,7 por cento no preço médio de venda da carne in natura.

Para este mês, em razão do aquecimento de demanda com as festas de fim de ano, a JBS calcula uma alta de 12 por cento no faturamento da divisão de carnes no Brasil ante dezembro de 2016.

Unidade renovada

A JBS inaugurou nesta terça-feira novas instalações de sua unidade em Santana de Parnaíba, com investimentos de 18 milhões de reais que serviram para ampliar a capacidade de produção de 1.000 toneladas para 1.600 toneladas por mês.

As mudanças na planta incluem a modernização de processos a fim de melhorar produtividade, bem como novo maquinário para redução de impacto ambiental. Além do mercado doméstico, a fábrica também atende a contratos de exportação de charque com Angola e Cuba.

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