Gado da JBS (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2012 às 08h53.
Rio de Janeiro/São Paulo - A JBS SA, maior frigorífico do mundo, pode registrar o maior lucro trimestral desde 2008 num momento em que os frigoríficos do País estão blindados contra a alta nos preços dos grãos e do gado, que reduzem as margens de seus pares globais.
O lucro da companhia no terceiro trimestre deve subir para R$ 331,8 milhões, comparado ao prejuízo de R$ 67,5 milhões um ano antes, de acordo com a estimativa mediana de quatro analistas ouvidos pela Bloomberg. O retorno de 19 por cento nas ações da JBS nos últimos três meses faz dela a de terceiro melhor desempenho no setor, atrás de Minerva SA e Marfrig Alimentos SA, que acumulam retornos de 44 por cento e de 38 por cento, respectivamente.
Os preços globais de grãos e do gado subiram depois da pior seca nos Estados Unidos em 56 anos. Enquanto as fazendas americanas dependem do milho e de outros grãos para alimentar o gado, o rebanho brasileiro é, em grande parte, alimentado com pastagem. A JBS também tem sido poupada dos custos crescentes com gado depois que os preços no Brasil recuaram, em 14 de agosto, ao menor patamar em cinco anos em relação aos praticados nos Estados Unidos.
“O Brasil estará em um doce momento pelos próximos 18 meses”, disse Eric Conrads, que ajuda a administrar US$ 1 bilhão em ações no ING Groep NV em Nova York, em entrevista por telefone. “O rebanho brasileiro é alimentado com pasto, por isso não é preciso se preocupar com milho.”
Os preços do milho e da soja alcançaram recordes desde meados de junho em meio à seca nos EUA. O milho subiu de US$ 5,05 por bushel em 11 de maio para US$ 8,38 em 21 de agosto, enquanto a soja saltou de de US$ 12,58 por bushel em 1 de junho para US$ 17,68 em 4 de setembro.
Um representante da JBS, que pediu anonimato citando a política da companhia, se recusou a fazer comentários sobre o balançco da empresa. Os resultados trimestrais devem ser divulgados em 14 de novembro, segundo dados compilados pela Bloomberg.