Negócios

JBS Friboi pode desistir de associação na Itália

JBS revelou agravamento das relações com grupo italiano Cremonini e afirmou que não há mais condições de manter a sociedade

Gado do JBS: joint venture com italianos será rompida (.)

Gado do JBS: joint venture com italianos será rompida (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

São Paulo - O presidente do conselho de administração da Inalca JBS, Marco Bicchieri, declarou ontem que, com o agravamento das relações entre o grupo italiano Cremonini e o frigorífico brasileiro por conta da batalha legal sobre a joint venture (associação), não há mais condições de manter a sociedade. A Inalca representa hoje cerca de 2% da receita do grupo JBS Friboi.

Em entrevista à Agência Estado, o executivo ressaltou que, na assembleia de acionistas a ser realizada no próximo dia 24, o JBS pedirá a destituição dos atuais administradores delegados da Inalca JBS - Luigi Cremonini, Paolo Boni e Luigi Scordamaglia - do Cremonini. "A atitude que eles tiveram conosco, de não nos deixar ter acesso aos números da Inalca JBS e de, em alguns casos, nos proibir de entrar na empresa, mostra que não há a menor possibilidade de manter essa sociedade", disse.

Se não houver consenso na assembleia, o frigorífico brasileiro entrará com pedido na Justiça de Modena (Itália) para a liquidação oficial da joint venture. "Alegaremos ingovernabilidade da empresa e, por meio da liquidação oficial, vendem-se os ativos, pagam-se os credores e, assim, fecha-se a empresa", explicou.

Bicchieri é um dos diretores do JBS que foram considerados inelegíveis pela diretoria da Inalca JBS para o conselho da joint venture, em reunião realizada ontem em Modena (Itália). Além dele, estão Francisco de Assis e Silva e Aparecido Gilson Teixeira. "Nessa reunião só eles (Cremonini) participaram, além do conselho fiscal, composto por três membros, sendo três deles e um do JBS. O que é ilegal", declarou.

O Cremonini alegou que os executivos não poderiam exercer os cargos, por não serem residentes no País, conforme a legislação italiana. Além disso, o grupo afirmou que, no Brasil, os membros da diretoria de um escritório devem ter visto permanente e residência no País. "E a diretiva jurídica brasileira é expressamente declarada pela JBS em seu site", disse o grupo italiano.

O JBS, em comunicado divulgado ontem à tarde, já tinha contestado a justificativa de seu sócio, ao afirmar que, pelo princípio da reciprocidade contido na legislação da Itália, a alegação não é válida. "No Brasil, não é exigido residência para um italiano ser conselheiro."

Leia mais notícias sobre a JBS

Acompanhe as notícias de Negócios do site EXAME no Twitter

Acompanhe tudo sobre:Empresas abertasEmpresas brasileirasJBSCarnes e derivadosPaíses ricosEuropaItáliaPiigsAgronegócioAgropecuáriaacordos-empresariaisJoint-ventures

Mais de Negócios

Depois da Shein, França denuncia seis sites por venda de itens ilícitos

Distribuidora de lubrificantes azeita expansão com sua nova sede no PR

Do Piauí ao mundo: Como um colégio de Teresina virou referência em aprovações no ITA e no exterior

Como uma marca de jeans saiu de US$ 100 mil para US$ 16 mi sem gastar com anúncios