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JBS comprará Seara e outras unidades da Marfrig por R$5,8 bi

Na edição nº 1040, de 1º maio de 2013, a revista EXAME antecipou que a Marfrig procurava investidores para a Seara com o objetivo de diminuir as dívidas da companhia


	Funcionário trabalhando em um frigorífico da JBS
 (AFP)

Funcionário trabalhando em um frigorífico da JBS (AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2013 às 08h24.

São Paulo - A JBS, maior empresa de carnes do mundo, vai comprar a Seara Brasil, divisão de aves, suínos e alimentos processados da Marfrig Alimentos, em um negócio de 5,85 bilhões de reais que vai fazer a companhia ganhar espaço num setor liderado pela BRF.

O valor de companhia da Seara Brasil será pago pela JBS através da assunção de dívidas da Marfrig, que somavam ao final de março quase 13 bilhões de reais, após uma série de aquisições nos últimos anos. A JBS, por sua vez, encerrou o período com endividamento líquido de 15,7 bilhões de reais.

O negócio, que inclui ainda participação na indústria de couros Zenda, no Uruguai, tornará a JBS a segunda maior processadora de carnes do Brasil, atrás da BRF.

Segundo as empresas, a operação "abre grande espaço para captura de sinergias e está alinhada com a estratégia de agregação de valor e construção de marcas da JBS". Uma fonte próxima das negociações havia confirmado a operação à Reuters no domingo.

A operação com a Seara também deverá marcar maior presença da JBS na área de aves e suínos no Brasil, segmentos em que a BRF detém liderança no mercado interno e na exportação.

O contrato está condicionando à aprovação pelas autoridades competentes, incluindo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

"A celebração do contrato tem, por um lado, o objetivo de reequilibrar a estrutura de capital da Marfrig e reforçar seu foco no Brasil na área de carne bovina, de distribuição e o redirecionamento estratégico ao segmento de serviços de alimentação e acelerar o crescimento de sua plataforma internacional", afirmou a Marfrig no comunicado conjunto com a JBS divulgado ao mercado.


Um Terço

A receita da Seara Brasil subiu 48 por cento no primeiro trimestre, para 2,05 bilhões de reais, o equivalente a cerca de 30 por cento do faturamento total da Marfrig no período.

As ações da Marfrig vinham registrando perdas na Bovespa em meio à desconfiança de investidores quanto à capacidade da companhia de reduzir o alto endividamento. A empresa havia informado anterior que pretendia reduzir sua dívida em até 2 bilhões de reais ao fim de 2013.

O presidente da Seara Brasil, Sérgio Rial, que antes do acordo com a JBS estava em fase de transição para assumir a presidência da Marfrig em 2014, disse mais cedo neste ano que a companhia estava focando em redução de custos, fechando unidades e colocando alguns ativos à venda.

O acordo com a Marfrig acontece depois que o Cade aprovou em meados de abril a aquisição do Bertin e mais 11 frigoríficos menores pela JBS. Na ocasião, a autarquia recomendou monitoramento das condições do mercado de bovinos.

Contudo, a operação da JBS com a Marfrig não deve enfrentar dificuldades no Cade, uma vez que envolve principalmente aves e suínos.

A JBS entrou no mercado de aves no Brasil em maio do ano passado, quando alugou os ativos da Frangosul, mas com vistas ao mercado externo. A companhia já atua no segmento de aves nos Estados Unidos com a Pilgrim's Pride.

O negócio anunciado nesta segunda-feira envolve também a venda do controle da Zenda, um grupo que processa couros no Uruguai.

A Marfrig assumiu o controle da Zenda em setembro de 2009, quando anunciou a compra de 51 por cento de participação no grupo que atua no fornecimento de couros para as indústrias automotiva e de aviação. O negócio envolveu, na época, 49,5 milhões de dólares.

Atualizado às 8h23min.

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