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JBS avançará na Ásia com aquisição na Austrália

Aquisição do Grupo Primo Smallgoods, na Austrália, por 1,25 bilhão de dólares, permitirá maior expansão de vendas para a Ásia


	JBS: companhia espera avançar em vendas para Coreia do Sul, Cingapura, Hong Kong, além da China
 (Diego Giudice/Bloomberg)

JBS: companhia espera avançar em vendas para Coreia do Sul, Cingapura, Hong Kong, além da China (Diego Giudice/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2014 às 12h56.

São Paulo - A JBS, maior produtora global de carnes, avaliou nesta sexta-feira que a aquisição do Grupo Primo Smallgoods, na Austrália, por 1,25 bilhão de dólares, permitirá maior expansão de vendas para a Ásia, sem alterar de forma substancial os indicadores de endividamento da companhia, que disse ter caixa para o negócio.

Os ganhos com o mercado asiático, a partir de operação da JBS já existente na Austrália, somam-se à expectativa de sinergia de 30 milhões de dólares australianos projetada com a aquisição da Primo, que tem receitas anuais estimadas de mais de 1 bilhão de dólares.

"A aquisição tem sentido estratégico tremendo para JBS, está consistente com estratégia global de expansão do nosso portfólio em produtos de maior valor agregado", destacou o presidente da JBS, Wesley Batista, em teleconferência nesta sexta-feira, comentando o negócio anunciado na noite anterior.

"Talvez o maior benefício é a posição estratégica dessa operação... para servir o mercado asiático", disse Batista.

Segundo ele, a companhia espera avançar em vendas para Coreia do Sul, Cingapura, Hong Kong, além da China, que firmou recentemente um tratado de livre comércio com a Austrália, o que deixa o país ainda mais competitivo para vender ao grande mercado chinês.

O Grupo Primo é líder em produtos processados como presunto, salsicha e bacon na Austrália e na Nova Zelândia e possui cinco unidades produtivas, sete centros de distribuição e 30 lojas de varejo.

Uma das unidades de processados é nova e também uma das melhores do mundo, segundo Batista, com capacidade de produzir o dobro do que produz atualmente sem a necessidade de investimentos.

A propósito, Batista destacou que a empresa tem caixa para fazer as aquisições, incluindo os 430 milhões a serem pagos na compra da brasileira Big Frango, anunciada simultaneamente.

Nenhuma das duas operações está sujeita, necessariamente, a financiamento, disse o executivo.

"Apesar de não ter nenhuma condição de 'finance', provavelmente iremos a mercado com alguma operação que traga eficiência fiscal e de estrutura de capital." Batista destacou que a empresa prevê terminar o ano com um indicador de alavancagem (dívida líquida/Ebitda) de 2,5 vezes, apesar de a operação recente representar acréscimo de 0,25 ponto nessa relação.

"A gente acredita que desalavanca essa mesma quantidade (0,25) neste trimestre", afirmou Batista.

Na semana passada, na apresentação dos resultados do terceiro trimestre, Batista afirmou que a JBS esperava fechar o ano com alavancagem mais perto de 2 vezes, ante índice de 2,54 vezes ao final de setembro.

Do total da aquisição da Big Frango, no norte do Paraná, de 430 milhões de reais, uma parcela do pagamento será feita com a assunção de dívidas e outra com equity aos acionistas, disse Batista.

A ação da JBS operava em alta de cerca de 1,2 por cento, por volta das 13h, enquanto o Ibovespa subia 3 por cento no mesmo horário.

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