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JAC Motors quer "importar" fornecedores da China

Empresa quer fornecedoras de autopeças chinesas que já atendem a montadora fora do Brasil

A fábrica da companhia chinesa será instalada no polo industrial de Camaçari, na Bahia (Fernando Moraes/Veja SP)

A fábrica da companhia chinesa será instalada no polo industrial de Camaçari, na Bahia (Fernando Moraes/Veja SP)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2012 às 17h36.

São Paulo - Com o intuito de cumprir as exigências instituídas pelo novo regime automotivo, publicada na semana passada, a chinesa JAC Motors planeja trazer para o Brasil fornecedoras de autopeças chinesas que já atendem a montadora. "Queremos trazer alguns fornecedores da JAC que querem trabalhar no país", disse o presidente da empresa, Sergio Habib, que participou do III Fórum da Indústria Automobilística.

O executivo disse que a companhia conseguirá seguir o novo regime automotivo e assim obter o benefício para a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). "Nós não conseguiríamos chegar em 65% no primeiro ano, mas agora nos foi dado um prazo de três anos", disse Habib.

A fábrica da companhia chinesa será instalada no polo industrial de Camaçari, na Bahia, e as operações estão planejadas para começar em 2014. A unidade da JAC Motors receberá investimento de R$ 900 milhões, com uma capacidade produtiva estimada em 100 mil veículos por ano

Além da ideia de buscar os fornecedores na China, o executivo disse que está atento às oportunidades da cadeia de fornecimento em Camaçari. Como a Ford já está situada no local, Habib disse que as operações na JAC poderão se beneficiar dessa cadeia já consolidada em Camaçari. Em 14 de maio, a empresa participará de um encontro com as empresas de autopeças em Camaçari.

Financiamento

Habib também disse que os bancos brasileiros não estão "propensos" a financiar a compra de automóveis no Brasil e o fato deverá impedir o crescimento da indústria automobilística brasileira em 2012. Para o executivo, a inadimplência do setor vem crescendo, o que deixou os bancos ainda mais avessos ao financiamento, principalmente os de longo prazo.

"Não há mais financiamento de 60 meses", destacou. Segundo Habib, a queda nos valores das prestações é o que, de fato, proporciona um aumento do mercado. "A queda das prestações é muito mais sensível ao número de parcelas do que a queda dos juros", afirmou.

Devido a isso, o executivo avalia que o setor não registrará crescimento neste ano em relação a 2011. "A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) ainda não mudou as projeções, está muito otimista", disse. A entidade, que representa as montadoras instaladas no Brasil, projeta um crescimento das vendas entre 4% e 5%.

No primeiro trimestre do ano, os licenciamentos de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) somaram 818.364 unidades, queda de 0,8% na comparação com os veículos comercializados em igual período de 2011.

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