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IZA, insurtech dos autônomos, capta R$ 16 milhões e quer ser seguradora da nova economia

Startup oferece seguros de vida a profissionais autônomos e empresas que contam com mão de obra terceirizada; nova captação vai acelerar lançamento de produtos

Gabriel de Ségur, CEO da IZA (IZA/Divulgação)

Gabriel de Ségur, CEO da IZA (IZA/Divulgação)

Maria Clara Dias
Maria Clara Dias

Repórter de Negócios e PME

Publicado em 6 de abril de 2023 às 09h00.

Última atualização em 6 de abril de 2023 às 11h09.

Dois anos após se lançar oficialmente ao mercado, a IZA já tem alguns resultados que ajudam a reforçar a aposta no promissor mercado de seguros.  A startup de seguros de vida para profissionais autônomos anunciou a captação de R$ 16 milhões, em sua terceira rodada de investimentos desde a fundação, em 2021. A empresa não revela os investidores envolvidos na captação atual. Junto do novo cheque, a IZA comemora grandes números na operação.

Um deles, uma base de 254.000 clientes, todos profissionais autônomos que contratam os seguros de vida da startup em casos de invalidez ou mortes acidentais –  a projeção para este ano era de 20.000 pessoas. Já em 2023, apenas nos primeiros três meses do ano, foram 81.000 novos clientes.

O que faz a IZA

Fundada em 2021 pelos empreendedores Gabriel de Ségur, Amanda Senedesi e Amanda Nespatti, a startup funciona como uma seguradora digital. O foco está em profissionais autônomos, profissionais liberais e prestadores de serviço em busca de coberturas totais ou parciais para intercorrências como acidentes e morte acidental durante o expediente de trabalho. O produto da IZA possui coberturas em caso de

  • acidentes pessoais, com atendimento médico e hospitalar
  • incapacidade temporária
  • invalidez permanente
  • morte
  • assistência funeral

As apólices custam em torno de R$ 30, ou seja, R$ 1 por dia, e têm cobertura máxima de 30.000 reais

Juntos, os fundadores acreditavam que os menores custos seriam o facilitador de acesso a grupos tradicionalmente desassistidos no mercado de seguros e que costumam esbarrar em burocracias que impedem, muitas vezes, o acesso a produtos financeiros comuns. No caso da IZA, o foco está nos profissionais autônomos, uma massa de mais de 25 milhões de pessoas no Brasil, segundo o IBGE.

Como a startup vai continuar crescendo

Nos últimos dois anos, a insurtech dedicou boa parte de seus esforços em trazer melhorias tecnológicas e levar seus seguros a empresas que têm em sua mão de obra trabalhadores autônomos e prestadores terceirizados, além dos consumidores finais. 

Segundo Gabriel de Ségur, cofundador e CEO da IZA, trata-se de uma demanda crescente, especialmente após a pandemia. “Queríamos estar prontos para atender as empresas que crescem pautadas nesse formato de trabalho e reconhecem a importância de segurar sua mão de obra por mais segurança”. 

Para isso, a startup está apostando no formato de parcerias com corretores de seguros e empresas do setor de logística, delivery, e até mesmo companhias que lidam com a obrigatoriedade de ofertar seguros de vida aos funcionários diretos, como é o caso de estagiários. Atualmente, a startup tem mais de 200 parceiros. Há dois anos, esse número era de 11.

Entre os parceiros estão as startups Lalamove, Zé Delivery e Bee Delivery, por exemplo.“Estamos em uma indústria que em muitos anos pouco inovou. Isso chama a atenção de todo o mercado e sustenta nosso crescimento”, diz.

A retomada de eventos também deve beneficiar a IZA, avalia o fundador, já que empresas passam a buscar opções de cobertura para funcionários que trabalham na montagem de estruturas. 

Em outra frente, o crescimento da startup se dará pela associação com empresas que apostam na contratação de mão de obra temporária ou terceirizada, numa lógica de nova economia. Como exemplo, Ségur cita empresas de energia solar, telefonia e internet. “A IZA se vê como uma seguradora para a GIG Economy”, diz.

O que a empresa vai fazer com o investimento

O aporte, realizado por investidores institucionais e pessoas físicas,  servirá para acelerar o lançamento de novos produtos, de olho em uma diversificação que vai além das apólices voltadas a acidentes, invalidez e morte. A intenção é atender aos pedidos e demandas dos parceiros e lançar ao menos três novos produtos, apenas em 2023. “Temos um bom aquário para testes”, diz Ségur.

Com o valor, a IZA também vai reforçar os times de marketing, vendas e tecnologia. “É um dinheiro importante para dar continuidade ao nosso crescimento operacional como um todo”.

A nova rodada deve ter novos desdobramentos nos próximos meses, chegando a R$ 25 milhões, nas projeções do fundador. Desde a fundação, a IZA já captou R$ 34 milhões.

“Provamos que há uma demanda reprimida, e que sabemos jogar esse jogo da maneira certa, e os VCs voltaram a nos procurar. Agora, o foco está no breakeven já em 2024”, diz.

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