Negócios

Itaú Unibanco prevê menor crescimento do crédito em 2011

Banco projeta expansão do crédito neste ano entre 15% e 20%

Setubal, do Itaú: banqueiro descarta bolha de crédito no país (Germano Lüders)

Setubal, do Itaú: banqueiro descarta bolha de crédito no país (Germano Lüders)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de março de 2011 às 17h33.

São Paulo - Em 2010, o crédito do Itaú Unibanco cresceu 20,5% em comparação a 2009 e foi apontado pelo banco como um dos principais motores do resultado do ano. Para 2011, a previsão de Roberto Setubal, diretor presidente do banco, é que esse crescimento fique entre 15% e 20%. O crédito será impactado pela menor expansão da economia - que foi de cerca de 7% em 2010, e tem previsão de ser 4,5% em 2011 -. disse Setubal em reunião com jornalistas na tarde de hoje (22/2).

"O crescimento da carteira, num banco grande, é mais em função da demanda da economia brasileira; não é tanto em função do nosso esforço. Não cresce nada que não esteja em crescimento na economia", disse Setubal.

O destaque do crescimento de 20,5% em 2010 foram as linhas de crédito imobiliário e do crédito a pequenas e médias empresas. Segundo Setubal, a base do crédito imobiliário e do crédito a PME ainda é pequena no Brasil.

Sem bolha

"Vamos ver o crédito imobiliário no Brasil crescer mais que outras carteiras, e isso é natural. Também tem grande crescimento em PME, isso devido à situação nova no Brasil, de maior previsibilidade, que ajuda as empresas a tomarem crédito", disse o diretor presidente. O crédito pessoa física e jurídica deve manter ritmo parecido com 2010, um pouco mais baixo, segundo Setubal."A tendência é um pouco mais fraco, porque a economia vai crescer um pouco menos", disse.

Setubal afastou o medo de bolha do crédito. "Não vejo nenhum risco de bolha no Brasil, especialmente na área imobiliária, onde o volume de crédito no Brasil é muito pequeno", disse. "Poucos anos atrás, havia uma reclamação de que os bancos não davam crédito; agora o questionamento é até contrário. O volume de crédito ofertado hoje na economia não é grande, é até pequeno. No crédito imobiliário é até pequeno", disse o diretor presidente.

Inadimplência

"2009 foi um ano difícil em inadimplência, que cresceu bastante. Ela vem caindo de forma constante e está começando a estabilizar", disse Setubal. A expectativa é que ela continue estável, pode até cair um pouco. "Uma leve tendência de alta, mas não é uma preocupação nossa", disse.

"Tivemos dois anos bem pauleira. Apesar de todas as dificuldades de integração, acho que conseguimos um desempenho em linha com nossos concorrentes", disse Setubal. O banco fechou 2010 com lucro de 13,3 bilhões de reais. O resultado é 32,3% superior ao de 2009. Setubal não detalhou os valores de sinergias obtidas na integração com o Unibanco, que será completamente finalizada em 2011. O banco pretende abrir 150 novas agências em 2011.

Acompanhe tudo sobre:BancosEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasFinançasItaúItaúsaLucrosetor-financeiro

Mais de Negócios

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica

Num dos maiores cheques do ano, marketplace de atacados capta R$ 300 milhões rumo a 500 cidades